Curso Online de Contabilidade Gerencial

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Este curso apresenta uma visão abrangente da contabilidade gerencial, contemplando seus principais conceitos e instrumentos e tendo como ...

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Este curso apresenta uma visão abrangente da contabilidade gerencial, contemplando seus principais conceitos e instrumentos e tendo como referência sua estruturação dentro de um sistema de informação contábil integrado aos demais sistemas da empresa.

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  • Contabilidade Gerencial

  • 1
    Introdução à contabilidade gerencial
    Caracterização da contabilidade gerencial
    Caracteriza-se como contabilidade gerencial o segmento da ciência contábil que congrega o conjunto de informações necessárias à administração, complementando informações já existentes na contabilidade financeira. Contabilidade financeira é o termo mais comum para designar a con- tabilidade tradicional, estruturada nas práticas contábeis geralmente aceitas e regulamentada pela legislação comercial e tributária.
    A contabilidade gerencial é necessária a qualquer entidade, tendo como foco os usuários internos em quaisquer níveis da administração, que necessitam de informações contábeis para o processo de planejamento e controle das operações e a tomada de decisão.
    Definições de contabilidade gerencial
    De acordo com Iudícibus (1998, p. 21),
    a contabilidade gerencial pode ser caracterizada, superficialmente, como um enfoque especial conferido a várias técnicas e procedimentos contábeis já co- nhecidos e tratados na contabilidade financeira, na contabilidade de custos, na análise financeira e de balanços etc., colocados numa perspectiva diferente, num grau de detalhe mais analítico ou numa forma de apresentação e classi- ficação diferenciada, de maneira a auxiliar os gerentes das entidades em seu processo decisório.
    Anthony (1979, p. 17 apud PADOVEZE, 2016, p. 17) faz uma caracterização bastante sin- tética da disciplina, afirmando que: “a contabilidade gerencial [...] preocupa-se com a informação contábil útil à administração”.
    Já para a Associação Nacional dos Contadores dos Estados Unidos (National Association of Accountants NAA), em seu relatório número 1A,
    contabilidade gerencial é o processo de identificação, mensuração, acumulação, análise, preparação, interpretação e comunicação de informações financeiras utilizadas pela administração para planejamento, avaliação e controle dentro de uma organização e para assegurar e contabilizar o uso apropriado de seus recursos. (IMA/NAA, 1981 apud PADOVEZE, 2016, p. 17)
    Com base nessas definições, podemos reforçar os seguintes aspectos:
    a contabilidade gerencial tem como foco o processo de tomada de decisão dos usuários internos, ou seja, deve atender a todas as pessoas dentro da empresa, em qualquer nível hierárquico, que necessitam da informação contábil para tomar decisões em suas respec- tivas áreas.

  • Contabilidade gerencial
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    a contabilidade gerencial é mais analítica e mais detalhada do que a contabilidade financeira, que apresenta seus relatórios aos usuários externos em formatos sintéticos, em grandes números, como o Balanço Patrimonial.
    parte das informações existentes na contabilidade financeira faz os complementos necessários ao uso dos gestores, portanto, não tem modelos específicos de relatórios. As informações contábeis gerenciais devem ser apresentadas em relatórios desenvolvidos para cada tomada de decisão, os quais são adaptados ao perfil do usuário do relatório.
    Ademais, para utilizar as ferramentas da contabilidade gerencial, faz-se necessário conhecer sua abrangência e as principais ferramentas já desenvolvidas, bem como entender as teorias e os conceitos que a fundamentam.

    1.2 Caracterização da contabilidade financeira
    Chamamos de contabilidade financeira a contabilidade tradicional, obrigatória às entidades com fins societários e tributários. Em razão de sua obrigatoriedade, a contabilidade financeira é regulada por órgãos governamentais e normatizada por entidades de classe.
    No Brasil, a estrutura contábil e os critérios de avaliação constam da Lei n. 6.404 (BRASIL, 1976), que dispõe sobre as Sociedades por Ações, mas que foi estendida a todos os tipos de sociedade. Essa legislação foi adaptada para abrigar as Normas Internacionais de Contabilidade, conhecidas pela sigla inglesa IFRS (International Financiancial Reporting Standards), por meio de alterações promovidas pelas Leis n. 11.638 (BRASIL, 2007) e 11.941 (BRASIL, 2009).
    Para garantir um padrão de uniformidade das informações contábeis aos usuários externos, a contabilidade financeira é estruturada de acordo com normas válidas para todas as empresas. Essas normas são apresentadas como práticas fundamentadas em princípios contábeis, denomi- nados mundialmente princípios contábeis geralmente aceitos (PCGA) e, no Brasil, chamados de princípios fundamentais de contabilidade.
    Os princípios contábeis representam a base teórica da contabilidade financeira. Foram de- senvolvidos ao longo dos séculos de uso da ciência contábil e representam o melhor julgamento existente até hoje sobre como as transações econômicas e os elementos patrimoniais devem ser registrados, classificados e avaliados para serem incorporados ao sistema contábil e como elaborar os relatórios contábeis.
    A normatização contábil em nosso país é encargo do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), órgão criado pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e composto por represen- tantes de várias entidades que necessitam da informação contábil, como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e o Instituto Brasileiro de Auditores Independentes (Ibracon).

  • Introdução à contabilidade gerencial
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    Portanto, a contabilidade financeira está essencialmente ligada aos princípios de contabili- dade geralmente aceitos. Já a contabilidade gerencial está ligada à necessidade de informações para planejamento, controle, avaliação de desempenho e tomada de decisão.
    A contabilidade financeira presa aos princípios contábeis tem sido objeto de críticas, uma vez que nem todos os princípios utilizados são necessariamente vistos como os mais corretos conceitualmente (princípio do custo histórico, da realização da receita etc.). Nesse sentido, apesar de cumprir o seu papel regulamentar, a contabilidade financeira às vezes é considerada fraca conceitualmente para fins de gerenciamento empresarial e até indutora de erros na gestão empresarial.
    Alguns entendem que a verdadeira contabilidade, que realmente auxilia os gestores empre- sariais, é a gerencial. Nessa linha de raciocínio, alguns estudiosos afirmam que a contabilidade financeira é uma ciência diferente da contabilidade gerencial e receberia o nome de controladoria.
    Podemos resumir as principais características da contabilidade financeira ou tradicional da seguinte maneira:
    vínculo com os princípios contábeis geralmente aceitos;
    utilização para fins fiscais, societários e regulatórios (Lei das S.A., CVM, legislação comercial);
    base de escrituração de dados passados;
    controle a posteriori;
    mensuração em moeda corrente do país.

    1.3 Comparação: contabilidade gerencial x
    contabilidade financeira
    Em linhas gerais, podemos identificar os principais objetivos dos dois grandes segmentos da ciência contábil. A contabilidade financeira tem como objetivo o controle de um patrimônio empresarial que permita a avaliação do retorno do investimento dos sócios ou acionistas, portanto, o foco são pessoas de fora da entidade. Para tanto, desenvolveu-se um conjunto de relatórios estruturados e padronizou-se as práticas contábeis, permitindo aos usuários externos compararem seus vários investimentos, considerando um padrão contábil único.
    Já a contabilidade gerencial tem como foco o usuário interno e as necessidades de informações de todos os níveis da administração de uma entidade e não tem regras específicas a serem cumpridas. A seguir, apresentamos um quadro comparativo entre esses dois segmentos:

  • Contabilidade gerencial
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    Quadro 1 Contabilidade gerencial e contabilidade financeira
    Fonte: Padoveze, 2010, p. 38-39.
    O objetivo da contabilidade financeira é permitir aos usuários avaliar a situação econômica e financeira da empresa. Isso significa verificar se a empresa tem condições de saldar seus compro- missos, se está dando o lucro e o retorno do investimento esperado, se tem condições de receber novos créditos etc. A contabilidade gerencial, além dessas avaliações, também tem outros objeti- vos, por exemplo, informações ao planejamento financeiro, projeções de lucros e fluxos de Caixa, criação de modelos de análise para tomada de decisão em vários níveis etc.
    Os relatórios da contabilidade financeira são padronizados visando a que todos os usuários externos possam fazer suas análises de maneira comparativa com as demonstrações financeiras de outras empresas, bem como de empresas de outros países. Já a contabilidade gerencial não prevê relatórios-padrão; não há dúvida de que se utiliza também dos relatórios tradicionais da contabilidade financeira, mas cria quantos forem necessários (rotineiros ou não) para o gerenciamento das entidades.

  • Introdução à contabilidade gerencial
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    O tipo de valor utilizado é um aspecto fundamental. A contabilidade financeira primaria- mente trabalha com os valores de custo, decorrentes das transações já realizadas. Basicamente, apenas nos casos em que o valor de mercado for inferior ao custo haverá a substituição do valor contábil. Já a contabilidade gerencial não tem essa obrigatoriedade. Além dos dados históricos e de custos, ela incorpora dados previstos, principalmente para as decisões que necessitam de projeção ou orçamentação de receitas e despesas.
    Enquanto a contabilidade financeira deve ser sempre feita na moeda corrente do país, a contabilidade gerencial pode incorporar em seus relatórios e modelos decisórios qualquer outro tipo de moeda, utilizando ao máximo dados quantitativos e indicadores relativos, com o objetivo de facilitar o processo de tomada de decisão.
    A contabilidade gerencial não está presa a nenhuma regra específica. Tudo o que for necessário deve ser feito e incorporado aos relatórios e modelos de decisão. Já a contabilidade financeira, devido à necessidade de informações padronizadas, deve seguir estritamente os princípios contábeis geralmente aceitos e as práticas contábeis adotadas no país.
    Para dar garantia aos usuários externos, a contabilidade financeira parte do registro dos fa- tos contábeis baseado em documentação objetiva e verificável, enquanto a contabilidade gerencial preocupa-se com o momento da informação e pode lançar mão de mensurações com menos exati- dão. Na abordagem gerencial, mais importante do que a exatidão da informação é a oportunidade, ou seja, o momento de fornecer a informação.
    Quanto à perspectiva dos relatórios, a contabilidade financeira, por utilizar a mensuração pelo custo, automaticamente tem uma perspectiva histórica, pois trabalha com informações de transações já realizadas. Nesse particular, é clara a diferença em relação à contabilidade gerencial, que necessariamente tem uma perspectiva de futuro, pois trabalha fundamentalmente com os da- dos para tomar ações previdentes.

    Escopo e abrangência da contabilidade gerencial
    Como mencionado, o objetivo da contabilidade gerencial é atender a todos os aspectos da gestão das entidades em que se torna necessária a informação contábil. Portanto, sua abrangência é a empresa como um todo, desde necessidades estratégicas e de planejamento até demandas de execução e controle.
    Escopo da contabilidade gerencial
    O propósito da contabilidade gerencial é atender a todos os usuários internos da organi- zação, com as informações econômicas e quantitativas indispensáveis ao processo de tomada de decisão, avaliação dos resultados empresariais e desempenho dos gestores em todas as etapas do processo de gestão.

  • Contabilidade gerencial
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    Dentro desse escopo fica caracterizada sua grande abrangência e a necessidade de diversos instrumentos e sistemas contábeis gerenciais.
    Contabilidade gerencial operacional e estratégica
    Há possibilidade de distinguir os instrumentos de contabilidade gerencial destinados a apoiar a estratégia e os instrumentos destinados a atender às necessidades de condução e otimiza- ção do resultado das operações.
    Não é responsabilidade do contador gerencial (ou do controller) a determinação de estratégias e formulação do planejamento estratégico. É, sim, atribuição do contador gerencial a estruturação e o monitoramento dos sistemas de informações que abastecem os gestores da estratégia e de controle dos indicadores das metas estratégicas. Em outras palavras, a responsabilidade da contabilidade gerencial é fornecer informações aos responsáveis pela estratégia empresarial.
    Abrangência da contabilidade gerencial
    Tendo em vista que uma organização é estruturada de modo hierárquico, a contabilidade gerencial deve suprir por meio do sistema de informação contábil gerencial todas as áreas da companhia em todas as etapas do processo de gestão.
    Como cada nível de administração dentro da empresa utiliza a informação contábil de ma- neira diversa, cada qual com um nível de agregação diferente, o sistema de informação contábil gerencial deverá providenciar que a informação contábil seja trabalhada de maneira específica para cada segmento hierárquico da companhia; isso se reflete na sua forma de utilização.
    Assim, teremos um bloco de informações que suprirão a alta administração da companhia, denominado gerenciamento contábil global, objetivando canalizar informações que sejam apresen- tadas sinteticamente em grandes agregados, com a finalidade de controlar e planejar a empresa dentro de uma visão de conjunto.
    O segundo bloco de informações permite canalizar os conceitos de contabilidade por responsabilidade, que suprirão a média administração, ou, caso necessário, os segmentos que a empresa definiu em termos de divisões ou linhas de produtos. Esse segmento é denominado gerenciamento contábil setorial.
    Finalmente, haverá um terceiro bloco de informações destinado a gerenciar cada um dos produtos da companhia isoladamente. Esse segmento é denominado gerenciamento contábil espe- cífico. São informações com um grau maior de detalhamento em nível operacional.
    Para todos esses segmentos, serão trabalhadas informações consistentes em planejamento estratégico e orçamentário, já que um dos grandes fundamentos da contabilidade gerencial é seu enfoque com vistas ao futuro. Assim, áreas fundamentais do sistema de informação contábil são os orçamentos e a gestão estratégica.
    O Quadro 2 sintetiza a abrangência da contabilidade gerencial:

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    Quadro 2 Esquema de abrangência da contabilidade gerencial

    Sistema de informação contábil Contabilidade gerencial
    Aplicação de métodos quantitativos
    Valor da empresa
    Administração e tecnologias de produção e comercialização; gerenciamento da qualidade
    Fonte: Padoveze, 2010, p. 44.
    Para o gerenciamento da empresa como um todo, a base é a estrutura da contabilidade financeira, por meio da elaboração e análise das demonstrações contábeis. Isso implica necessariamente na sistematização de procedimentos de análise financeira das demonstrações, bem como eventuais necessidades de atualização monetária e conversão em outras moedas. Dentro do gerenciamento global, situa-se a função de gestão de tributos, a qual inclui os conceitos de planejamento tributário e visa à menor carga tributária à empresa.
    Atualmente, as empresas e até mesmo as entidades sem fins lucrativos necessitam de in- formações sobre os resultados e desempenho setoriais. Ou seja, além de ver o todo, as empresas precisam de informações para analisar o resultado das partes empresariais.
    A contabilidade divisional e a contabilidade por responsabilidade têm como referência apurar o resultado de cada divisão, filial, fábrica, linha de produto etc., dependendo da estrutura organizacional e de negócios de cada empresa. No caso de grupos corporativos, há a necessidade do inverso, que é a consolidação das demonstrações contábeis, para se ter a ideia de conjunto dos resultados e do patrimônio do grupo empresarial.
    Em um nível mais detalhado, a contabilidade gerencial trabalha a gestão dos recursos e do desempenho de cada produto, por meio da contabilidade e análise de custos e da gestão dos preços de venda.

  • Contabilidade gerencial
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    Os instrumentos de gestão de análises de investimentos, projeções e orçamentos são deter- minantes para que a empresa tenha continuamente visão de futuro, portanto são indispensáveis. Os conceitos de balanced scorecard e gestão de riscos, por exemplo, inserem-se no âmbito da con- tabilidade gerencial estratégica.
    O balanced scorecard tem como escopo a construção de um conjunto de indicadores que permitam monitorar as metas operacionais determinadas no planejamento estratégico. A gestão de riscos tem como foco estruturar um sistema de informação para a identificação, avaliação e mensuração dos riscos de conformidade (compliance) e desempenho (performance), com o objetivo de antecipar os efeitos das alterações das variáveis e entidades do ambiente empresarial.
    Com essa abrangência, a contabilidade gerencial pode atender a todas as etapas do pro- cesso de gestão, caracterizado pelo ciclo de planejamento estratégico, planejamento operacional, programação, execução e controle. O balanced scorecard e a gestão de riscos, como já salientado, são aderentes à etapa do planejamento estratégico, e os instrumentos de avaliação de investimen- tos correspondem ao planejamento operacional, por fim, as projeções e os orçamentos ligam-se à etapa da programação. Os demais instrumentos têm aderência enfatizada às etapas de execução e controle das operações.

    Sistema de informação contábil
    Podemos dizer que a contabilidade nasceu como sistema de informação, mesmo que não tenha ficado claro nos primórdios de sua evolução. Em termos práticos, é possível definir contabi- lidade como o sistema de informação que controla o patrimônio de uma entidade.
    Atualmente, o fundamental é a caracterização da integração do sistema de informação con- tábil com os demais sistemas de informação da empresa. No âmbito gerencial, essa integração torna-se crucial, pois a contabilidade gerencial utiliza-se de muitos dados e informações de outros sistemas, inclusive quantitativos, para completar seus relatórios e torná-los efetivamente úteis ao processo de tomada de decisão.
    Definição e caracterização
    De acordo com Bertalanffy (1975, p. 61), “sistema pode ser definido como um complexo de elementos em interação”. Bio (1985) afirma que se trata de um conjunto de elementos interdependentes, ou um todo organizado, ou partes que interagem formando um todo unitário e complexo. Como uma resultante do enfoque sistêmico, o todo deve ser mais do que a soma das partes. Fundamentalmente, o funcionamento de um sistema configura-se com um processamento de recursos (entradas do sistema), obtendo-se as saídas ou produtos do sistema (entradas, processamento, saídas) (PADOVEZE, 2015), conforme podemos observar na Figura 1:

  • Introdução à contabilidade gerencial
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    Figura 1 Visão geral de um sistema

    Objetivo do sistema

    Entradas

    Processamento

    Saídas
    Controle e avaliação
    Retroalimentação

    Fonte: Elaborada pelo autor.
    O controle das saídas é essencial para o processo de feedback ou retroalimentação, como forma de ajustar permanentemente as saídas ao objetivo do sistema.
    Os sistemas classificam-se em sistemas abertos e fechados, podendo ser físicos ou infor- macionais. Os sistemas fechados não interagem com o ambiente externo, enquanto que os abertos caracterizam-se pela interação com o ambiente externo, suas entidades e variáveis. A empresa é um sistema aberto, bem como os sistemas de informações, pois há um processo de interação com o ambiente.
    Riccio (1989) define sistema de informação como um conjunto de recursos humanos, materiais, tecnológicos e financeiros agregados de acordo com uma sequência lógica para o processamento dos dados e tradução em informações, para, com o seu produto, permitir às organizações o cumprimento de seus objetivos principais.
    Os sistemas de informações podem ser classificados em função de seus objetivos principais, que também têm relação com a estrutura hierárquica da empresa. A maior parte dos sistemas tem relacionamento direto com as atividades operacionais, sendo denominada sistemas de informação de apoio às operações. São exemplos os sistemas de folha de pagamento, controle de estoque, recebimen- to fiscal, compras, faturamento, controle de produção, contas a receber, contas a pagar etc.
    Outro conjunto de sistemas de informações é denominado sistemas de informações de apoio à gestão, que tem como objetivo controlar a empresa e fornecer informações rotineiras ao processo decisório. Os exemplos mais comuns são os sistemas de administração dos recursos humanos, administração do fluxo de Caixa, contabilidade, custos, orçamento, gestão da qualidade etc.
    O terceiro e último bloco de sistemas de informações é o de sistemas de informação de apoio à decisão, cuja finalidade principal é municiar a alta administração da empresa com informações para as decisões estratégicas. São exemplos os sistemas de contabilidade estratégica, como balanced score- card, gestão de riscos, sistema de acompanhamento do negócio e análise do ambiente.

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    Informações estruturadas e não estruturadas
    Alinhado com os tipos de sistemas de informação e tendo como referência o conceito de banco de dados, o tipo de informação que é produzida e trabalhada em cada sistema de informação pode ser classificado em informação estruturada, informação semiestruturada e informação não estruturada (GIL; BIANCOLINO; BORGES, 2011).
    Uma informação é considerada estruturada quando ela decorre de dados dos processos rotineiros da empresa e tem uma formatação rígida, sendo que a empresa tem domínio forte sobre ela. São exemplos as informações de compras, vendas, estoques etc. que, uma vez formatadas, se- guem um único padrão para incorporação nos sistemas de informação.
    Informação não estruturada é aquela sobre a qual a empresa tem pouco domínio. Normalmente é obtida no ambiente externo à empresa e não há facilidade de torná-la formatada e rotineira. São exemplos as informações externas de acompanhamento dos concorrentes, partici- pação no mercado etc.
    A informação semiestruturada é aquela que a empresa tem boas condições de tornar ro- tineira, agregando um conhecimento adicional ao dado coletado. São exemplos a construção de indicadores de análise de balanço, indicadores de desempenho etc.
    As informações estruturadas estão contidas nos sistemas de apoio às operações. As infor- mações semiestruturadas e não estruturadas estão contidas nos sistemas de apoio à gestão e à estratégia.
    Abrangência do sistema de informação contábil gerencial
    O atual estágio da tecnologia da informação e comunicação (TIC) permite a construção de sistemas de informação que integram totalmente todos os seus subsistemas. Essa solução é deno- minada sistema integrado de gestão empresarial (Sige), mais conhecido pela sigla ERP, iniciais do seu nome inglês, Enterprise Resource Planning.
    A proposta do Sige é a construção de um sistema de informação que atenda à empresa como um todo. Obviamente, nem tudo será possível, pois existem especificidades que necessitarão de sistemas de informação complementares; porém, em uma apreciação geral, um Sige só pode ser concebido dentro dessa visão de abrangência total.
    Assim, todos os subsistemas de informação necessários à gestão do sistema empresa deverão ser cobertos pelo Sige, que integrará todas as áreas e as necessidades informacionais da produção, comercialização e administração.
    Ressaltamos novamente que, como proposta do Sige, todos os subsistemas deverão ser integrados, portanto, estarão interligados computacionalmente por meio do conceito de banco de dados e outros conceitos computacionais que permitam a navegabilidade dos dados e a sua reestruturação em termos de informação útil, mediante os sistemas de apoio à decisão.


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