Curso Online de O papel da creche no desenvolvimento dos bebês

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Autor: Luciana Gallinari

Teorias e práticas cotidianas

Para Piaget, o desenvolvimento intelectual é o processo pelo qual as estruturas da inteligência se constroem progressivamente, por meio da contínua interação entre o sujeito e o mundo externo, considerou o desenvolvimento intelectual como um processo que ocorre durante a vida toda.

A entrada do bebê na creche é um momento importante para toda a família.Esse processo envolve novas experiências, vínculos afetivos e uma rotina de cuidados e aprendizados.O acolhimento cuidadoso e o diálogo com a família são essenciais para uma adaptação tranquila.

A creche é um espaço educativo que estimula o desenvolvimento físico, emocional e social do bebê.Brincadeiras, afeto e interações cotidianas fortalecem a autonomia e a confiança desde cedo.
Cada gesto de cuidado contribui para o aprendizado e o bem-estar da criança.

Segundo Ignácio (1995), “Creche vem do francês “crèche” e significa manjedoura, associada ao simbolismo cristão de dar abrigo a um bebê necessitado”. A creche surge no Brasil, no final do século XIX, como consequência das transformações sócio-econômicas que a sociedade sofreu, com as alterações nos modos de relações entre os indivíduos. Entre estas consequências estão as de mudanças no exercício das funções, em especial aquelas realizadas pelas mulheres. Essas passam, cada vez mais, a trabalhar fora de casa, motivadas pela necessidade de contribuir com a sobrevivência da família, ou pelo desejo de realização profissional, entre outros.

O papel da mulher e da criança e o lugar que ocuparam na sociedade evoluíram ao longo da história do Brasil, no que diz respeito ao trabalho fora de casa e à assistência aos filhos neste período, embora muito ainda falte para alcançarmos a plenitude de tal evolução. Até o início do século XVIII, as crianças e as mulheres eram menosprezadas e excluídas. Não havia pedagogia, pediatria ou ginecologia. A inclusão da mulher no mercado de trabalho na sociedade capitalista fez com que fossem organizados movimentos reivindicatórios para a criação de locais de abrigo onde seus filhos pudessem ficar enquanto trabalhavam.

No Brasil, as creches seguem a mesma tendência das demais dos países europeus: começaram por atender crianças de classes desfavorecidas, não se diferenciando do atendimento em asilos e orfanatos.Em 1978, é lançado o Movimento de Luta por Creches, que se expandiu nos grandes centros urbanos. Este movimento exigia do Estado modificações e reorganizações das políticas sociais.

Até o início deste século, as creches tinham por objetivo abrigar filhos de mães solteiras. Durante muito tempo a creche existiu em função de combater a pobreza, a mortalidade e atender às necessidades das mulheres viúvas e abandonadas. Com a industrialização, as mães incorporadas à indústria pagavam pessoas de confiança para cuidarem de seus filhos. Algum tempo depois, as próprias indústrias passaram a construir creches e escolas maternais para tal finalidade.

A creche permitia à mãe trabalhadora “guardar” seu filho sem se separar totalmente dele. Com a expansão do capitalismo e da industrialização, cresce a necessidade da força de trabalho feminino e a creche ganha um novo enfoque: substituir a família, garantindo a guarda da criança pequena.Nos dias de hoje é de extrema importância conceber a creche como instituição educativa que, através do trabalho dos profissionais que a compõem, segundo a LDB/1996, tem a função de complementar o trabalho educativo das famílias.A creche tem sido cada vez mais reivindicada por muitas famílias, daí a necessidade de responder às questões referentes ao desenvolvimento da criança, garantindo uma instituição de qualidade: visando o bem estar físico, social, intelectual e afetivo da criança, suprindo suas necessidades e ampliando suas potencialidades.

A creche passou de “mal necessário” a “direito social...
A Constituição Brasileira de 1988 faz referências aos direitos específicos da criança e não mais aos da mãe trabalhadora ou da família pobre.Artigo 205: “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”.