Curso Online de A FISIOLOGIA DA TESTOSTERONA: IMPLICAÇÕES NO DESEMPENHO FÍSICO, SAÚDE E ENVELHECIMENTO

AUTOR: FABRÍCIO CAVALCANTE
2025

RESUMO

A TESTOSTERONA É UM HORMÔNIO FUNDAMENTAL À SAÚDE MASCULINA, COM EFEITOS EXPRESSIVOS SOBRE A COMPOSIÇÃO CORPORAL, FORÇA MUSCULAR, LIBIDO, HUMOR E METABOLISMO. ESTE TRABALHO TEVE COMO OBJETIVO INVESTIGAR A FISIOLOGIA DA TESTOSTERONA, SUA INFLUÊNCIA NO DESEMPENHO FÍSICO E OS IMPACTOS DA DEFICIÊNCIA OU DO USO EXÓGENO DO HORMÔNIO. UTILIZANDO METODOLOGIA DE REVISÃO BIBLIOGRÁFICA, BUSCOU-SE REUNIR EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS ATUALIZADAS SOBRE OS EFEITOS NATURAIS E ARTIFICIAIS DA TESTOSTERONA NO CORPO HUMANO. OS RESULTADOS APONTAM QUE O TREINAMENTO RESISTIDO É UMA ESTRATÉGIA EFICAZ PARA ELEVAR OS NÍVEIS ENDÓGENOS DE FORMA SEGURA, ENQUANTO O USO INDEVIDO DE ESTEROIDES ANABOLIZANTES REPRESENTA UM RISCO SIGNIFICATIVO À SAÚDE. CONCLUI-SE QUE A ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA DEVE SER PAUTADA POR PRÁTICAS BASEADAS EM EVIDÊNCIA E PELO INCENTIVO A MÉTODOS NATURAIS DE OTIMIZAÇÃO HORMONAL.

PALAVRAS-CHAVE: TESTOSTERONA; DESEMPENHO FÍSICO; SAÚDE MASCULINA; ESTEROIDES ANABOLIZANTES; EXERCÍCIO FÍSICO.

TESTOSTERONA: UMA ABORDAGEM FISIOLÓGICA, ENDÓCRINA E FUNCIONAL

A TESTOSTERONA É UM HORMÔNIO ESTEROIDE PERTENCENTE AO GRUPO DOS ANDRÓGENOS, SENDO O PRINCIPAL HORMÔNIO SEXUAL MASCULINO. PRODUZIDO MAJORITARIAMENTE PELAS CÉLULAS DE LEYDIG NOS TESTÍCULOS, TAMBÉM É SINTETIZADO EM MENORES QUANTIDADES PELAS GLÂNDULAS SUPRARRENAIS E, NAS MULHERES, PELOS OVÁRIOS. SUA PRODUÇÃO É REGULADA PELO EIXO HIPOTÁLAMO-HIPÓFISE-GONADAL (HHG), ATRAVÉS DO HORMÔNIO LUTEINIZANTE (LH), QUE ESTIMULA A SECREÇÃO DE TESTOSTERONA NOS TESTÍCULOS (GUYTON & HALL, 2021).

"A testosterona é o principal hormônio sexual masculino, produzida principalmente pelas células de Leydig, sob controle do eixo hipotálamo-hipófise-gonadal" (GUYTON; HALL, 2021, p. 450).

FISIOLOGICAMENTE, A TESTOSTERONA EXERCE FUNÇÕES ESSENCIAIS NA DIFERENCIAÇÃO SEXUAL DURANTE A EMBRIOGÊNESE, ALÉM DE ATUAR NA PUBERDADE PROMOVENDO O DESENVOLVIMENTO DE CARACTERÍSTICAS SEXUAIS SECUNDÁRIAS, COMO O CRESCIMENTO DOS PELOS CORPORAIS, A VOZ MAIS GRAVE, O AUMENTO DA MASSA MUSCULAR E ÓSSEA, E O AMADURECIMENTO DOS ÓRGÃOS GENITAIS (MOORADIAN, MORLEY & KORENMAN, 1987). NO ADULTO, ELA É RESPONSÁVEL PELA MANUTENÇÃO DA LIBIDO, DA FERTILIDADE, DA DENSIDADE ÓSSEA, DA FORÇA MUSCULAR E DO BEM-ESTAR PSICOLÓGICO.

segundo Mooradian, Morley e Korenman (1987, p. 5), “a testosterona promove a diferenciação sexual masculina, o desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários e a manutenção da função reprodutiva”.

A CONCENTRAÇÃO SÉRICA DE TESTOSTERONA VARIA AO LONGO DO DIA, COM PICO NAS PRIMEIRAS HORAS DA MANHÃ, E DECLINA NATURALMENTE COM O ENVELHECIMENTO EM TORNO DE 1% AO ANO A PARTIR DOS 30 ANOS (HARMAN ET AL., 2001). ESSE DECLÍNIO PODE CONTRIBUIR PARA A CHAMADA ANDROPAUSA, ASSOCIADA À DIMINUIÇÃO DA PERFORMANCE FÍSICA, DISFUNÇÃO ERÉTIL, SARCOPENIA E ATÉ OSTEOPOROSE (ISIDORI ET AL., 2005).

ALÉM DISSO, A TESTOSTERONA TAMBÉM INFLUENCIA DIRETAMENTE O COMPORTAMENTO, A AGRESSIVIDADE E A MOTIVAÇÃO. ESTUDOS MOSTRAM QUE NÍVEIS ELEVADOS DE TESTOSTERONA ESTÃO RELACIONADOS A MAIOR PROPENSÃO AO COMPORTAMENTO COMPETITIVO E DOMINÂNCIA SOCIAL (ARCHER, 2006). NO ENTANTO, A MANIPULAÇÃO DESSE HORMÔNIO, COMO OCORRE NA TERAPIA DE REPOSIÇÃO (TRT), DEVE SER CUIDADOSAMENTE CONTROLADA, POIS PODE ACARRETAR RISCOS COMO HIPERTROFIA PROSTÁTICA BENIGNA, APNEIA DO SONO, AUMENTO DA VISCOSIDADE SANGUÍNEA E EVENTOS CARDIOVASCULARES ADVERSOS (BASARIA ET AL., 2010).

NO CONTEXTO ESPORTIVO, A TESTOSTERONA É CONSIDERADA SUBSTÂNCIA DOPANTE QUANDO USADA DE FORMA EXÓGENA E NÃO TERAPÊUTICA. A AGÊNCIA MUNDIAL ANTIDOPING (WADA) PROÍBE SEU USO SEM INDICAÇÃO MÉDICA, DEVIDO AO POTENCIAL DE MELHORAR ILEGALMENTE O DESEMPENHO ATLÉTICO (WADA, 2024).

De acordo com a Agência Mundial Antidoping (WADA, 2024), “a testosterona exógena é proibida em competições esportivas devido ao seu potencial de melhorar ilegalmente o desempenho”.

JUSTIFICATIVA

A TESTOSTERONA DESEMPENHA UM PAPEL CENTRAL NA FISIOLOGIA HUMANA, INFLUENCIANDO NÃO APENAS O DESENVOLVIMENTO SEXUAL MASCULINO, MAS TAMBÉM ASPECTOS FUNDAMENTAIS DA SAÚDE, COMO A COMPOSIÇÃO CORPORAL, A FORÇA MUSCULAR, A DENSIDADE ÓSSEA, O METABOLISMO E ATÉ O EQUILÍBRIO EMOCIONAL. DADA A SUA AMPLA ATUAÇÃO SISTÊMICA, O ESTUDO DA TESTOSTERONA TORNA-SE RELEVANTE NÃO SÓ PARA A MEDICINA, MAS TAMBÉM PARA ÁREAS COMO A EDUCAÇÃO FÍSICA, O TREINAMENTO ESPORTIVO, A NUTRIÇÃO E A PSICOLOGIA DO ESPORTE.

NOS ÚLTIMOS ANOS, O CRESCENTE INTERESSE POR ESTRATÉGIAS DE OTIMIZAÇÃO DA PERFORMANCE FÍSICA, AUMENTO DE MASSA MUSCULAR E PREVENÇÃO DE DOENÇAS RELACIONADAS À DEFICIÊNCIA HORMONAL TEM IMPULSIONADO DEBATES SOBRE O USO TERAPÊUTICO E, POR VEZES, ABUSIVO DA TESTOSTERONA SEJA POR MEIO DE REPOSIÇÃO HORMONAL OU USO DE ESTEROIDES ANABOLIZANTES. ESSA REALIDADE DEMANDA UMA ABORDAGEM CIENTÍFICA CRÍTICA E ÉTICA QUE COMPREENDA TANTO OS BENEFÍCIOS QUANTO OS RISCOS ASSOCIADOS À MANIPULAÇÃO DESSE HORMÔNIO (BASARIA ET AL., 2010).

ALÉM DISSO, A QUEDA NATURAL DOS NÍVEIS DE TESTOSTERONA COM O ENVELHECIMENTO MASCULINO, FREQUENTEMENTE CHAMADA DE ANDROPAUSA OU HIPOGONADISMO TARDIO, IMPACTA DIRETAMENTE NA QUALIDADE DE VIDA, FUNCIONALIDADE FÍSICA E SAÚDE MENTAL DOS INDIVÍDUOS. ESTUDOS APONTAM QUE ESSA REDUÇÃO PODE LEVAR À DIMINUIÇÃO DA FORÇA MUSCULAR, AO ACÚMULO DE GORDURA ABDOMINAL, À OSTEOPENIA, AO CANSAÇO EXCESSIVO E À QUEDA DE LIBIDO (MATSUMOTO, 2002). DIANTE DISSO, TORNA-SE ESSENCIAL COMPREENDER COMO A TESTOSTERONA AFETA O ORGANISMO AO LONGO DO CICLO VITAL, ESPECIALMENTE NOS CONTEXTOS DE PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA REGULAR E ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL.

NO CAMPO ESPORTIVO, O INTERESSE PELA TESTOSTERONA TAMBÉM SE JUSTIFICA POR SUA ASSOCIAÇÃO DIRETA COM O DESEMPENHO ATLÉTICO. A ELEVAÇÃO AGUDA DE TESTOSTERONA DURANTE SESSÕES INTENSAS DE TREINAMENTO RESISTIDO ESTÁ CORRELACIONADA AO AUMENTO DA SÍNTESE PROTEICA E À HIPERTROFIA MUSCULAR (KRAEMER ET AL., 2006). COM ISSO, TREINADORES E PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO FÍSICA BUSCAM FORMAS NATURAIS DE ESTIMULAR A PRODUÇÃO HORMONAL POR MEIO DE PROTOCOLOS DE TREINO, ALIMENTAÇÃO E ESTRATÉGIAS DE RECUPERAÇÃO ADEQUADAS.

POR FIM, É IMPORTANTE DESTACAR OS DILEMAS ÉTICOS E DE SAÚDE PÚBLICA RELACIONADOS AO USO INDISCRIMINADO DE TESTOSTERONA EM CONTEXTOS NÃO TERAPÊUTICOS, COMO NO USO DE ANABOLIZANTES POR PRATICANTES DE ACADEMIA E ATLETAS AMADORES. TAL PRÁTICA, ALÉM DE NÃO CONTAR COM RESPALDO MÉDICO, PODE DESENCADEAR EFEITOS ADVERSOS SEVEROS, COMO DISFUNÇÃO HEPÁTICA, INFERTILIDADE, ALTERAÇÕES COMPORTAMENTAIS, DEPENDÊNCIA HORMONAL E AUMENTO DO RISCO CARDIOVASCULAR (POPE ET AL., 2014).

DESSA FORMA, O APROFUNDAMENTO SOBRE O TEMA DA TESTOSTERONA É NÃO APENAS PERTINENTE, MAS NECESSÁRIO, PROPORCIONANDO SUBSÍDIOS PARA UMA ATUAÇÃO CRÍTICA, ÉTICA E BASEADA EM EVIDÊNCIAS POR PARTE DE PROFISSIONAIS DA SAÚDE E DA EDUCAÇÃO FÍSICA.