Curso Online de História dos Cuidados Paliativos

Adriane Nunes Diniz

Definição de cuidados paliativos:

"Cuidados Paliativos consistem na assistência promovida por uma equipe multidisciplinar, que objetiva a melhoria da qualidade de vida do paciente e seus familiares, diante de uma doença que ameace a continuidade da vida, por meio da prevenção e alívio do sofrimento, da identificação precoce, avaliação impecável e tratamento da dor e de outros problemas de ordem física, psicossocial e espiritual.”
Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP Brasil)

Importância no contexto da saúde

Os cuidados paliativos têm papel essencial no sistema de saúde por priorizarem a qualidade de vida de pacientes que enfrentam doenças graves, progressivas e ameaçadoras da vida. Sua relevância vai além do controle de sintomas físicos, abrangendo também as dimensões emocional, social e espiritual, favorecendo um cuidado integral e humanizado.

Objetivos principais: alívio do sofrimento e qualidade de vida

Nos cuidados paliativos, aliviar o sofrimento significa:

Controlar sintomas de forma eficaz;
Oferecer suporte psicológico para ansiedade, depressão e medo;
Garantir suporte social e familiar;
Respeitar crenças e valores, ajudando na busca de sentido.

Na qualidade de vida, o objetivo não é prolongar ou encurtar a vida, mas melhorar como ela é vivida, mesmo em situações de doença avançada.

Isso envolve:
Permitir que o paciente mantenha autonomia sempre que possível;
Apoiar a realização de desejos e atividades significativas;
Favorecer o convívio familiar e social;
Promover dignidade e conforto até o fim da vida.

Em síntese: o alívio do sofrimento e a qualidade de vida caminham juntos. Quando o sofrimento é controlado, o paciente pode viver seus dias com mais plenitude, segurança e dignidade, e a família também experimenta um processo de cuidado mais humano e acolhedor.

Práticas de cuidado na Grécia e Roma antiga

Na Antiguidade, ainda não existia o conceito de “cuidados paliativos” como conhecemos hoje, mas havia práticas e valores que se aproximavam da ideia de aliviar o sofrimento e oferecer dignidade:

Grécia Antiga:

A medicina grega, influenciada por Hipócrates (460370 a.C.), já reconhecia que, em certos casos, o objetivo não era curar, mas não causar dano e aliviar a dor (“primum non nocere”).
Os templos de Asclépio, deus da medicina, funcionavam como locais de tratamento, onde rituais, repouso, banhos e ervas eram usados para trazer alívio e conforto.
Os filósofos gregos também discutiam o sentido do sofrimento e a importância de uma boa morte.

Roma Antiga:

A medicina romana herdou saberes gregos e valorizava práticas de cuidado com o corpo e higiene, como banhos termais e uso de ervas.
O médico romano Celso descrevia métodos de alívio da dor, inclusive o uso de ópio e vinho para sedação em casos graves.
Havia também a preocupação com a dignidade no final da vida, especialmente entre os estóicos, que defendiam enfrentar a morte com serenidade.

A medicina romana herdou saberes gregos e valorizava práticas de cuidado com o corpo e higiene, como banhos termais e uso de ervas.
O médico romano Celso descrevia métodos de alívio da dor, inclusive o uso de ópio e vinho para sedação em casos graves.
Havia também a preocupação com a dignidade no final da vida, especialmente entre os estóicos, que defendiam enfrentar a morte com serenidade.

Portanto embora não houvesse serviços estruturados como hoje, a Grécia e Roma antigas já traziam elementos centrais do cuidado paliativo, como alívio da dor, acolhimento espiritual e valorização da dignidade no fim da vida.