Curso Online de Doenças auto imunes

doenças autoimunes

introdução

o sistema imune possui uma diversidade tremenda e como o repertório de especificidade manifestadas pelas populações de células t e b é gerado ao acaso, sempre existe a possibilidade de muitas especificidades serem dirigidas contra componentes próprios.

introdução - cont.

o organismo deve estabelecer mecanismos de auto-tolerância para distinguir entre os determinantes próprios e não-próprios para evitar a auto-reatividade.
quando esse mecanismo falha estabelece-se a doença autoimune.

espectro das doenças autoimunes

os anticorpos associados com a doença de hashimoto e mixetema primário reagem somente com a tireóide, de modo que a lesão resultante é totalmente localizada. em contraste, o soro de pacientes com doenças como o lúpus eritematoso sistêmico (sle) reagem com muitos, se não com todos, tecidos do organismo. estas duas doenças representam os extremos do espectro das doenças auto-imunes.

fatores genéticos

autoimunidade em família geralmente mostra parcialidade na reatividade órgão-específica. assim, como a predisposição geral para desenvolver anticorpos órgão-específicos, está claro que existem também outros fatores geneticamente controlados que tendem a selecionar o órgão que será mais afetado.

fatores genéticos - cont.

é interessante notar que parentes de pacientes de hashimoto e parentes de pacientes de anemia perniciosa, têm uma uma incidência superior à normal dessas doenças e, uma incidência maior de anticorpos contra a tiróide, e contra o estômago, indicando que existem fatores genéticos que selecionam tais órgãos como alvo nestes grupos de doenças auto-imunes órgão-específicos.

fatores genéticos - cont.

alguns haplótipos hla predispõe às doenças auto-imunes.
evidências recentes do funcionamento de fatores genéticos em doenças auto-imunes vêm da tendência de associa-las ao hla. o haplótipo b8, dr3 é particularmente comum em doenças órgão-específicas, embora a tireóidite de hashimoto tende a ser associada com dr6.

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a artrite reumatóide não mostra qualquer associação com os loci de hla-a e hla-b, mas é associada à uma seqüência comum entre dr1 e os principais subtipos de dr4. nota-se também que para a diabetes mellitus insulino dependente (tipo 1), heterozigotos, dr3/4 têm um risco muito maior de desenvolver a doença.

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isso sustenta o conceito de que diversos fatores genéticos estão envolvidos no desenvolvimento de doenças auto-imunes: genes que pressupõem indivíduos a desenvolver autoimunidade, tanto órgão-específica como não-órgão-específica, e outros determinando os antígenos envolvidos.

patogênese

os processos auto-imunes freqüentemente são patogênicos. quando auto anticorpos são encontrados em associação com uma doença em particular, pode-se inferir o seguinte:
a auto-imunidade é responsável pela produção das lesões da doença.
existe um processo patológico que, pela produção de dano tecidual, leva secundariamente ao desenvolvimento de auto anticorpos.
existe um fator que produz as lesões e a auto-imunidade.

patogênese - cont.

auto anticorpos secundários a uma lesão (segunda possibilidade) foram encontrados em algumas circunstâncias. por exemplo, auto anticorpos cardíacos podem desenvolver-se após o infarto do miocárdio. contudo, os auto anticorpos são raramente induzidos, seguindo-se a liberação de auto-antígenos por simples traumatismo. na maioria das doenças associadas com auto-imunidade, as evidências apoiam a primeira inferência, ou seja, a de que o processo auto-imune produz as lesões.