Curso Online de Formação de Educadores Populares

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Formação de Educadores Populares

Capacitar educadores(as), lideranças comunitárias, agentes sociais e demais interessados(as) para atuarem na educação popular com base em princípios freireanos, promovendo uma prática pedagógica crítica, libertadora e transformadora das realidades sociais.

A educação popular é um método de educação que valoriza os saberes prévios do povo e suas realidades culturais na construção de novos saberes. Está implicada com o desenvolvimento de um olhar crítico, que facilita o desenvolvimento da comunidade que o educando está inserido, pois estimula o diálogo e a participação comunitária, possibilitando uma leitura empática da realidade social, política e econômica. É uma estratégia de construção da participação popular para o redirecionamento da vida social. A principal característica da Educação Popular é utilizar o saber da comunidade como matéria prima para o ensino, valorizando todos os sujeitos sociais nesse processo, tornando esse espaço de educação um lugar de afetos alegres e amorosidade.

É aprender a partir do conhecimento do sujeito e ensinar a partir de palavras e temas geradores do cotidiano dele, reconhecendo a importância do saber popular e o saber científico. A Educação é vista como ato de conhecimento e transformação social, tendo um certo cunho político. O resultado desse tipo de educação é observado quando o sujeito pode situar-se bem no contexto de interesse. A educação popular pode ser aplicada em qualquer contexto, mas as aplicações mais comuns ocorrem em assentamentos rurais, em instituições socioeducativas, em aldeias indígenas e no ensino de jovens e adultos, processos educativos no SUS.

a) Território como espaço educativo
Definição de território: compreendendo território como espaço material + simbólico; como lugar de pertencimento, de disputa, de identidade.
Relação entre território e poder: quem define o que é valorizado no território? Como hegemonias culturais moldam e por vezes invisibilizam saberes locais?
Territorialização da educação: como ações educativas acontecem em diferentes territórios, exigindo distinto cuidado com recursos, metodologias, participação comunitária.

b) Cultura popular como elemento pedagógico
O que se entende por cultura popular: manifestações artísticas, música, dança, festividades, oralidade, artesanato, crenças, saberes ancestrais.
Valorização dos saberes locais: como reconhecer, legitimar e inserir esses saberes no processo educativo.
A cultura como meio de resistência e afirmação identitária; sua importância para autoestima, pertencimento e construção de poder popular.

c) Educação popular em contextos diversos
Realidades urbanas periféricas: desafios como violência, infraestrutura precária, desigualdade de acesso; uso de cultural urbana, grafite, música, cultura maker etc.
Realidades rurais: modos de vida ligados à terra, agroecologia, sazonalidade, migração; saberes ambientais, folclore, práticas agrícolas, ecologia local.
Comunidades tradicionais e povos indígenas: diversidade étnica, línguas maternas, cosmologias, formas de socialização próprias; exigências de educação intercultural e bilíngue.

d) Projetos educativos integrados com cultura e território
Como desenhar projetos que partam da realidade local: diagnóstico territorial, mapeamento cultural, mapeamento de problemas e potencialidades.
Parcerias locais: instituições culturais, associações de moradores, lideranças comunitárias, grupos artísticos, igrejas, etc.
Metodologias criativas: oficinas de arte, teatro comunitário, música, grafite, escrita de narrativas locais, cine fórum, mídia comunitária.

Tensão entre currículo formal e saberes locais: exigências normativas que muitas
vezes ignoram a diversidade cultural.
Recursos e infraestrutura: falta de espaços apropriados, materiais culturais, transporte, espaços públicos de convivência.
Resistência cultural/institucional: invisibilidade dos saberes populares, preconceito, falta de reconhecimento.
Sustentabilidade dos projetos: financiamento, continuidade, apoio institucional, envolvimento comunitário.

Atividade 1: Diagnóstico Territorial e Cultural
Em grupos, realizar um mapeamento do território local dos participantes: identificar espaços de convivência cultural, saberes tradicionais, desafios e potencialidades.
Fazer entrevistas com moradores/as ou lideranças comunitárias para levantar quais práticas culturais são valorizadas ou pouco valorizadas no processo educativo formal ou informal.
Atividade 2: Projeto de Integração Saber Popular + Educação
Elaborar um projeto educativo para sua comunidade que integre um elemento cultural local (p.ex.: música, danças, contação de história, artes visuais ou oralidade) ao currículo ou às atividades informais.
Definir objetivos, público, metodologia, recursos necessários, avaliação participativa e resultados esperados.