Curso Online de Enfermagem do Trabalho
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Curso Enfermagem do Trabalho O enfermeiro do trabalho é o profissional de saúde responsável por estudar e observar as condições de higi...

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Curso Enfermagem do Trabalho
O enfermeiro do trabalho é o profissional de saúde responsável por estudar e observar as condições de higiene, periculosidade e segurança no ambiente de trabalho, além de planejar e executar ações de prevenção de riscos e acidentes com os trabalhadores. Cabe a ele a coleta de dados de doenças ocupacionais, realização de inquéritos sanitários, coleta de dados estatísticos de morbidade e mortalidade de trabalhadores e etapas precedentes aos estudos epidemiológicos. Além disso, realiza programas de prevenção de acidentes do trabalho e de doenças decorrentes do trabalho ou não, instrui e treina os trabalhadores a utilizarem o equipamento de proteção individual, etc.

Com este curso de Enfermagem do Trabalho, o aluno aprenderá:

O histórico dessa atividade no Brasil;
O código de ética profissional;
O que são doenças ocupacionais;
O diagnóstico de enfermagem;
e muito mais.


- Michaela Ferreira Rocha

- Andréia Silva Prates

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  • Introdução
    O que é Enfermagem?
     
    Pode-se considerar que a enfermagem sempre esteve voltada para atender as necessidades de assistência de saúde da sociedade. Ela originou-se do desejo de manter as pessoas saudáveis,  assim como propiciar conforto, cuidado e confiança ao enfermo . 
     “ A enfermagem como profissão, é a única na medida, em que se dedica  humanista, às reações dos pacientes e de suas famílias, frente aos  problemas reais e potenciais ‟.
     2 - SAÚDE : é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, não meramente a ausência de doença ou enfermidade .    3 - DOENÇA : é um processo anormal no qual o funcionamento do organismo de uma  pessoa está diminuído ou prejudicado em uma ou mais dimensões .    4 - NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS 
    4.1 Necessidades fisiológicas
    Estas são as necessidades mais básicas (oxigênio, hidratação, nutrição, temperatura, excreção, repouso, sexo). Uma vez satisfeitas estas necessidades passamos a nos preocupar com outras coisas.    

  • 4.2 Necessidades de segurança
    No mundo conturbado em que vivemos procuramos fugir dos perigos, buscamos por  abrigo, segurança, proteção, estabilidade e continuidade. A busca da religião, de uma crença deve ser colocada neste nível da hierarquia. 
    4.3 Necessidades sociais
    O ser humano precisa amar e pertencer. O ser humano tem a necessidade de ser amado,  querido por outros, de ser aceito por outros. Nós queremos nos sentir necessários a outras pessoas ou grupos de pessoas. Esse agrupamento de pessoas pode ser, no seu local de trabalho, na sua igreja, na sua família, no seu clube ou na sua torcida. Todos estes agrupamentos fazem com que tenhamos a sensação de pertencer a um grupo.      4.4 Necessidades de "status" ou de estima
    O ser humano busca ser competente, alcançar objetivos, obter aprovação e ganhar reconhecimento. 
    4.5 Necessidade de auto-realização
    O ser humano busca a sua realização como pessoa, a demonstração prática da realização  permitida e alavancada pelo seu potencial único. O ser humano pode buscar conhecimento, experiências estéticas e metafísicas, ou mesmo a busca de Deus.     Os profissionais de saúde preocupam-se que estas necessidades básicas sejam  proporcionadas aos pacientes que buscam a assistência .

  • Assistência à Saúde na História

    - Período Pré-Cristão
    Neste período as doenças eram tidas como um castigo de Deus ou resultavam do poder do demônio. Por isso os sacerdotes ou feiticeiras acumulavam funções de médicos e enfermeiros. O tratamento consistia em aplacar as divindades, afastando os maus espíritos por meio de sacrifícios.
    Usavam-se: massagens, banho de água fria ou quente. Mais tarde os sacerdotes adquiriam conhecimentos sobre plantas medicinais e passaram a ensinar pessoas, delegando-lhes funções de enfermeiros e farmacêuticos. Alguns papiros, inscrições, monumentos, livros de orientações política e religiosa, ruínas de aquedutos e outras descobertas nos permitem formar uma idéia do tratamento dos doentes.   

    - Egito
    Os egípcios deixaram alguns documentos sobre a medicina conhecida em sua época. As  receitas médicas deviam ser tomadas acompanhadas da recitação de fórmulas religiosas. Pratica-se o hipnotismo, a interpretação de sonhos; acreditava-se na influência de algumas pessoas sobre a saúde de outras. Havia ambulatórios gratuitos, onde era recomendada a hospitalidade e o auxílio aos desamparados. 

  • - Índia
    Documentos do século VI a.C. nos dizem que os hindus conheciam: ligamentos,  músculos, nervos, plexos, vasos linfáticos, antídotos para alguns tipos de envenenamento e o processo digestivo. Realizavam alguns tipos de procedimentos, tais como: suturas, amputações e corrigiam fraturas. Neste aspecto o budismo contribui para o desenvolvimento da enfermagem e da medicina. Os hindus tornaram-se conhecidos pela construção de hospitais. Foram os únicos, na época, que citaram enfermeiros e exigiam deles qualidades morais e conhecimentos científicos. Nos hospitais eram usados músicos e narradores de histórias para distrair os pacientes. O bramanismo fez decair a medicina e a enfermagem, pelo exagerado respeito ao corpo humano  - proibia a dissecção de cadáveres e o derramamento de sangue. As doenças eram consideradas castigo.  
    - Assíria e Babilônia
    Entre os assírios e babilônios existiam penalidades para médicos  incompetentes, tais  como: amputação das mãos, indenização, etc. A medicina era baseada na magia  - acreditava-se que sete demônios eram os causadores das doenças. Os sacerdotes  - médicos vendiam talismãs com orações usadas contra ataques dos demônios. Nos  documentos assírios e babilônicos não há menção de hospitais, nem de enfermeiros. Conheciam a lepra e sua cura dependia de milagres de Deus, como no episódio bíblico  do banho no rio Jordão. "Vai, lava-te sete vezes no Rio Jordão e tua carne ficará limpa". 

  • - China
    Os doentes chineses eram cuidados por sacerdotes. As doenças eram classificadas da  seguinte maneira: benignas, médias e graves. Os sacerdotes eram divididos em três categorias que correspondiam ao grau da doença da qual se ocupava. Os templos eram  rodeados de plantas medicinais. Os chineses conheciam algumas doenças: varíola e sífilis.  Tratamento: anemias, indicavam ferro e fígado; doenças da pele, aplicavam o arsênico. Anestesia: ópio. Construíram alguns hospitais de isolamento e casas de repouso. A cirurgia não evoluiu devido a proibição da dissecção de cadáveres.  
    Japão Os japoneses aprovaram e estimularam a eutanásia. A medicina era fetichista e a única  terapêutica era o uso de águas termais. 
    Grécia As primeiras teorias gregas se prendiam à mitologia. Apolo, o deus sol, era o deus da  saúde e da medicina. Usavam sedativos, fortificantes e hemostáticos, faziam ataduras e retiravam corpos estranhos, também tinham casas para tratamento dos doentes. A medicina era exercida pelos sacerdotes  - médicos, que interpretavam os sonhos das pessoas. Tratamento: banhos, massagens, sangrias, dietas, sol, ar puro, água pura mineral. Dava-se valor à beleza física, cultural e a hospitalidade. O excesso de respeito pelo corpo atrasou os estudos anatômicos. O nascimento e a morte eram considerados impuros, causando desprezo pela obstetrícia e abandono dos doentes graves. A medicina tornou-se científica, graças a Hipócrates, que deixou de lado a crença de que as doenças eram causadas por maus espíritos. Hipócrates é considerado o Pai da Medicina.
    Observava o doente, fazia diagnóstico, prognóstico e a terapêutica. Reconheceu doenças como: tuberculose, malária, histeria, neurose, luxações e fraturas. Seu princípio fundamental na terapêutica consistia em "não contrariar a natureza, porém auxiliá-la a reagir". Tratamentos usados: massagens, banhos, ginásticas, dietas, sangrias, e calmantes, ervas medicinais e medicamentos minerais.  

  • - Roma
    A medicina não teve prestígio em Roma. Durante muito tempo era exercida por  escravos ou estrangeiros. Os romanos eram um povo, essencialmente guerreiro. O indivíduo recebia cuidados do Estado como cidadão destinado a tornar-se bom guerreiro, audaz e vigoroso. Roma distinguiu-se pela limpeza das ruas, ventilação das casas, água pura e abundante e redes de esgoto. Os mortos eram sepultados fora da  cidade, na via Ápia. O desenvolvimento da medicina dos romanos sofreu influência do  povo grego.
    O cristianismo foi a maior revolução social de todos os tempos. Influiu positivamente  através da  reforma dos indivíduos e da família. Os cristãos praticavam uma tal caridade, que movia os pagãos: "Vede como eles se amam".Desde o início do cristianismo os pobres e enfermos foram objeto de cuidados especiais por parte da Igreja.

  •  Período Florence Nightingale

  • Nascida a 12 de maio de 1820, em Florença, Itália, era filha de ingleses. Possuía  inteligência incomum, tenacidade de propósitos, determinação e perseverança  - o que lhe permitia dialogar com políticos e oficiais do Exército, fazendo prevalecer suas idéias. Dominava com facilidade o inglês, o francês, o alemão, o italiano, além do grego e latim.  No desejo de realizar-se como enfermeira, passa o inverno de 1844 em Roma, estudando as atividades das Irmandades Católicas. Em 1849 faz uma viagem ao Egito e decide-se a servir a Deus, trabalhando em Kaiserswert, Alemanha, entre as diaconisas.
    Decidida a seguir sua vocação, procura completar seus conhecimentos que julga ainda insuficiente. Visita o Hospital de Dublin dirigido pelas Irmãs de Misericórdia, Ordem Católica de Enfermeiras, fundada 20 anos antes. Conhece as Irmãs de Caridade de São Vicente de Paulo, na Maison de la Providence em Paris. Aos poucos vai se preparando para a sua grande missão. 
    Em 1854, a Inglaterra, a França e a Turquia declaram guerra à Rússia: “ Guerra da Criméia.‟‟ Os soldados acham-se no maior abandono. A mortalidade entre os hospitalizados é de 40%. Florence partiu para Scutari com 38 voluntárias entre religiosas e leigas vindas de diferentes hospitais. Algumas enfermeiras foram despedidas por incapacidade de adaptação e principalmente por indisciplina. A mortalidade decresce de 40% para 2%.  Os soldados fazem dela o seu anjo da guarda e ela foi imortalizada como a "Dama da Lâmpada" porque, de lanterna na mão, percorre as enfermarias, atendendo os doentes.  Durante a guerra contrai tifo e ao retornar da Criméia, em 1856, leva uma vida de inválida. 

  • Dedica-se porém, com ardor, a trabalhos intelectuais. Pelos trabalhos na Criméia, recebe um prêmio do Governo Inglês e, graças a este prêmio, consegue iniciar o que para ela é a única maneira de mudar os destinos da Enfermagem  -  uma Escola de Enfermagem em 1859. Após a guerra, Florence fundou uma escola de Enfermagem no Hospital Saint Thomas, que passou a servir de modelo para as demais escolas que foram fundadas posteriormente. A disciplina rigorosa, do tipo militar, era uma das características da escola nightingaleana, bem como a exigência de qualidades morais das candidatas. O curso, de um ano de duração, consistia em aulas diárias ministradas por médicos. 
    Nas primeiras escolas de Enfermagem, o médico foi de fato a única pessoa qualificada para ensinar. A ele cabia então decidir quais das suas funções poderiam colocar nas mãos das enfermeiras. Florence morre em 13 de agosto de 1910, deixando florescente o ensino de Enfermagem. Assim, a Enfermagem surge não mais como uma atividade empírica, desvinculada do saber especializado, mas como uma ocupação assalariada que vem atender a necessidade de mão-de-obra nos  hospitais, constituindo-se como uma prática social institucionalizada e específica.
     

  • História da Enfermagem no Brasil
    A organização da Enfermagem na Sociedade Brasileira começa no período colonial e vai até o final do século XIX. A profissão surge como uma simples prestação de cuidados aos doentes, realizada por um grupo formado, na sua maioria, por escravos, que nesta época trabalhavam nos domicílios. Desde o princípio da colonização foi incluída a abertura das Casas de Misericórdia, que tiveram origem em Portugal. 
    A primeira Casa de Misericórdia foi fundada na Vila de Santos, em 1543. Em seguida, ainda no século XVI, surgiram as do Rio de Janeiro, Vitória, Olinda e Ilhéus. Mais tarde Porto Alegre e Curitiba, esta inaugurada em 1880, com a presença de D. Pedro II e Dona Tereza Cristina. 
    No que diz respeito à saúde do povo brasileiro, merece destaque o trabalho do Padre José de Anchieta. Ele não se limitou ao ensino de ciências e catequeses. Foi além.
    Atendia aos necessitados, exercendo atividades de médico e enfermeiro. Em seus escritos encontramos estudos de valor sobre o Brasil, seus primitivos habitantes, clima e as doenças mais comuns. A terapêutica empregada era à base de ervas medicinais minuciosamente descritas. Supõe-se que os Jesuítas faziam a supervisão do serviço que  era prestado por pessoas treinadas por eles. Não há registro a respeito.
    Outra figura de destaque é Frei Fabiano Cristo, que durante 40 anos exerceu atividades  de enfermeiro no Convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro (Séc. XVIII). Os escravos tiveram papel relevante, pois auxiliavam os religiosos no cuidado aos doentes.

  • Em 1738, Romão de Matos Duarte consegue fundar no Rio de Janeiro a Casa dos Expostos. Somente em 1822, o Brasil tomou as primeiras medidas de proteção à maternidade que se conhecem na legislação mundial, graças a atuação de José Bonifácio Andrade e Silva. A primeira sala de partos funcionava na Casa dos Expostos em 1822.
    Em 1832 organizou-se o ensino médico e foi criada a Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. A  escola de parteiras da Faculdade de Medicina diplomou no ano seguinte a célebre Madame Durocher, a primeira parteira formada no Brasil. 

    No começo do século XX, grande número de teses médicas foram apresentadas sobre Higiene Infantil e Escolar, demonstrando os resultados obtidos e abrindo horizontes e novas realizações. Esse progresso da medicina, entretanto, não teve influência imediata sobre a Enfermagem. Assim sendo, na enfermagem brasileira do tempo do Império, raros nomes de destacaram e, entre eles, merece especial menção o de Anna Nery.
     


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  • Introdução
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