Curso Online de Atuação do Nutricionista na Atenção Básica à Saúde

Atuação do Nutricionista na Atenção Básica

O Sistema Único de Saúde (SUS) foi criado, na década de 1990, com o objetivo de modificar a assistência desigual à saúde da população brasileira, visando substituir o modelo tradicional centrado na figura do médico para um novo modelo de integração interdisciplinar, com a intenção de reorganizar a prática da atenção à saúde.

Dada a sua interface com toda a Rede de Atenção à Saúde (RAS) do Sistema Único de Saúde (SUS), a Atenção Primária à Saúde (APS), é tida como espaço propício para o acompanhamento dos indivíduos com doença crônica, a exemplo da obesidade, tendo em vista sua maior proximidade com a vida das pessoas e atuação mediante a dinâmica da Estratégia Saúde da Família (ESF) que visa o cuidado integral à saúde, propondo um modelo de assistência à saúde diferente do que oferece o modelo biomédico.

Em 1994, foi criado o Programa Saúde da Família (PSF), com o intuito de promover a reorganização das ações da Atenção Básica à Saúde (ABS) no país. Ainda com a finalidade de melhorar este nível de atenção, por meio do fortalecimento do PSF, o Ministério da Saúde criou o Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), por meio da Portaria GM no 154, de 24 de janeiro de 2008, para melhorar a qualidade da ABS por intermédio de equipes compostas por profissionais de diferentes áreas de conhecimento, dentre eles o nutricionista, contribuindo principalmente para a promoção de práticas alimentares saudáveis.

Com a implantação do Sistema Único de Saúde (SUS) na década de 1990, houve uma crescente busca por promover equidade, universalidade e integralidade dos serviços de saúde pública para a comunidade. Ademais, identificou-se que as questões alimentares influenciam o bem-estar e saúde do indivíduo, sendo importante garantir segurança alimentar e nutricional com a finalidade de promover saúde e prevenir agravos relacionados a alimentação e nutrição.

A alimentação foi instituída como um direito constitucional no Brasil, devendo ser assegurada através da efetivação de políticas públicas governamentais. Desde a criação da Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) em 1999, a organização de ações e estratégias de alimentação e nutrição foram inseridas no SUS, baseando-se em desenvolver e aprimorar as condições de alimentação, nutrição e saúde da população.

As diretrizes da PNAN norteiam ações estratégicas para promover práticas alimentares saudáveis individuais e coletivas em todos os períodos de vida; realizar diagnóstico alimentar e nutricional da população, identificando grupo de risco; e promover a Segurança Alimenta e Nutricional (SAN) com vistas a assegurar o Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA); Contribuir com respostas às demandas assistenciais nos agravos nutricionais; desenvolver projetos terapêuticos focados nas Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT).

Esta Política desde 1999 vem articulando e propondo ações para o cumprimento do direito constitucional da alimentação e o fortalecimento da atenção nutricional, a partir da Atenção Básica, com foco na vigilância, promoção, prevenção e cuidado integral de agravos relacionados à alimentação e nutrição.

Diante da influência da alimentação sobre o processo saúde-doença, os NASF-AB propõem algumas ações como capacitar à equipe de saúde da família e participar de ações vinculadas aos programas de controle e prevenção dos distúrbios nutricionais, estimular o consumo dos alimentos saudáveis produzidos regionalmente, elaborar em conjunto com as equipes de saúde da família rotinas de atenção nutricional e atendimento para doenças relacionadas à alimentação e nutrição.

Essas atividades ampliam a qualidade dos planos de intervenção, em especial às doenças crônicas não transmissíveis, no crescimento e desenvolvimento na infância, gestação, comprovando que a promoção de hábitos alimentares saudáveis constitui como elemento essencial em todas as fases da vida. Assim, as ações de Alimentação e Nutrição integram o compromisso da Atenção Básica de garantir o essencial à população, a segurança alimentar e nutricional.