Curso Online de METODOLOGIA E PRÁTICA DE ENSINO DE PORTUGUÊS - ENSINO FUNDAMENTAL II- Unid 1

METODOLOGIA E PRÁTICA DE ENSINO DE PORTUGUÊS: ENSINO FUNDAMENTAL II
Unidade I

Angélica campos

Introdução
Caro aluno,
Este trabalho foi desenvolvido para você, que está percorrendo as trilhas da formação para professor de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental II. É com grande alegria que preparamos este material de apoio, que vai te auxiliar a formar conceitos, a fazer questionamentos sobre a educação básica no Brasil e a estabelecer teses, hipóteses e sínteses sobre nosso sistema de ensino.
Ao se preparar para o exercício da profissão docente, é preciso ter ciência de que os desafios são inúmeros, mas que há também a recompensa, quando o aluno supera barreiras, persiste mesmo diante das dificuldades e que deve a nós, professores, a aprovação em cursos ou a conquista de uma bolsa de estudos.
A educação tem uma dupla face, ou seja, ela exige muito, mas também oferece oportunidades de mudança, de interações sociais mais respeitosas, de abertura de novos caminhos para a vida de muitos estudantes do nosso país.
Vamos tratar, nesta unidade, das temáticas relacionadas à produção de textos em Língua Portuguesa no Ensino Fundamental II, da aquisição da escrita, das avaliações em produção de textos, assim como das estratégias de intervenção em produção de textos.
Espero que este trabalho possa contribuir não somente para a sua formação, como também para a sua caminhada pela arte do ensino e pela arte da educação.
Seja bem-vindo!

SUMÁRIO

Introdução

O Objeto das aulas de Língua Portuguesa
Objetivos e perspectivas para o ensino de Língua Portuguesa
Como promover mudanças?
O que é o PISA?
O que é o SAEB ?
Perspectivas para o ensino de Língua Portuguesa

Os documentos oficiais
O que são documentos oficiais?
Base Nacional Comum Curricular (BNCC)
Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica
O desafio do Ensino Fundamental
A Língua Portuguesa e os documentos oficiais

A Produção Textual na Escola
O processo de aquisição de escrita
Como tornar a produção de texto mais atraente aos alunos?
Uma experiência
Novas perspectivas

Diagnósticos de escrita
A escrita em xeque
A avaliação de textos na escola
Relato de experiência

A Produção Textual em Debate
Análise de propostas de escrita
A valorização do livro didático
Análise de material didático
Oficinas de produção textual
Uma experiência no gênero poesia...
Síntese

O Objeto das aulas de Língua Portuguesa
Objetivos e perspectivas para o ensino de Língua Portuguesa

Este tópico aborda uma questão que regula a organização do ensino em Língua Portuguesa na educação básica, pois para se saber o caminho, é necessário planejar anteriormente a rota a seguir, e posteriormente, as possibilidades de rumos a serem trilhados. Quando falamos em objetivos, estamos nos referindo a uma finalidade, a um resultado pretendido, assim, o objetivo em relação ao ensino de Língua Portuguesa no Ensino Fundamental II é proporcionar ao educando o

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O Objeto das aulas de Língua Portuguesa
desenvolvimento das habilidades de leitura, de escrita e produção de textos, além daquelas relacionadas ao uso de mídias digitais e ao hipertexto. De acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), de 2018, os jovens passam a ter contato com novos gêneros, ampliando a gama de textos com os quais passam a manifestar opiniões, reivindicar direitos e expressar-se culturalmente, seja no campo social, seja no político e educacional. Estamos, então, no âmbito da educação para a transformação do sujeito, portador de criticidade, capaz de conduzi-lo ao desenvolvimento educacional, social e histórico.
No que se referem às perspectivas, são baseadas nas reflexões acerca do que já foi feito e do que ainda pode ser reelaborado, com vistas a promover uma melhoria dos processos educacionais no Ensino Fundamental II. Estamos diante de uma era de transformações rápidas, do crescente desenvolvimento tecnológico à globalização, e neste processo, a educação entrou em profunda crise, já que não se
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O Objeto das aulas de Língua Portuguesa
atendia mais as exigências de um modelo econômico global, além da carência de adequação ao uso da tecnologia na escola. Tal confronto é apresentado por Coombs (1968) como o “desajuste” dos sistemas educativos face às novas exigências da economia capitalista globalizada, que requer um sujeito acrítico e apolítico para se implementar. Neste contexto, a perspectiva em educação é a de se adequar aos novos tempos,

implantando modelos educativos com o auxílio da tecnologia, ao mesmo tempo em que promove uma evolução de consciência do educando, promovendo a capacidade de análise e reflexão, da mesma forma que a capacidade crítica em relação ao meio em que vive.
Como promover mudanças?
Aprofundando as questões colocadas, cabe destacar a reflexão sobre os objetivos para a educação básica no Ensino Fundamental II.

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O Objeto das aulas de Língua Portuguesa
Qual modelo de ensino em Língua Portuguesa pode levar ao desenvolvimento pleno das capacidades esperadas para os alunos da educação básica? Por se tratar de uma discussão ampla, buscaremos refletir a respeito do que pode, ainda que com limitações, surtir efeitos satisfatórios para a educação. É sabido, por meio do resultado de avaliações em educação, como o PISA e o SAEB, que o nível de leitura e de produção de textos da maioria dos estudantes brasileiros encontra-se em defasagem, com relação ao esperado para o nível educacional em que se encontram.
A constatação de que há falhas no aproveitamento escolar dos alunos não significa dizer que as práticas escolares estão totalmente desprovidas de meios para a promoção de mudanças, mas são indicadores importantes para que se discuta o que pode ser feito para a melhoria dos índices educacionais brasileiros. Ferreira e Leal (2007) defendem que o processo de avaliação é inerente à condição de

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O que é o PISA?
É o Programa Internacional de Avaliação de Alunos, que mede o nível educacional de jovens de 15 anos por meio de provas de Leitura, Matemática e Ciências e tem por objetivo produzir indicadores que contribuam para a discussão da qualidade da educação básica, a fim de subsidiar políticas nacionais de melhoria da educação (INEP, 2018).
O que é o SAEB ?
O Sistema de Avaliação da Educação Básica SAEB “é composto por um conjunto de avaliações externas em larga escala e tem como principal objetivo realizar um diagnóstico da educação básica brasileira e de alguns fatores que possam interferir no desempenho do estudante, fornecendo um indicativo sobre a qualidade do ensino ofertado” (INEP, 2017, s. p.).

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O Objeto das aulas de Língua Portuguesa
sobrevivência humana, pois é por meio de nossas avaliações que selecionamos o produto que compraremos ou mesmo a faculdade que vamos cursar. Neste sentido, a escola precisa do processo de avaliação para se certificar de que a aprendizagem se efetivou adequadamente. Mas este processo pode se realizar por meio de uma expectativa dialógica, na qual “ouvir o aluno e tentar entender as respostas que eles nos dão a partir dos instrumentos de avaliação é o primeiro passo para pensar sobre os procedimentos didáticos que usamos no nosso cotidiano”, conforme Ferreira e Leal (2007, p. 14). E aí entramos no campo das perspectivas, pois reconhecer a existência de problemas é um primeiro passo na construção de soluções aplicáveis ao caso concreto.
Perspectivas para o ensino de Língua Portuguesa
Ampliando-se a análise para o âmbito da Língua Portuguesa em si, a

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O Objeto das aulas de Língua Portuguesa
aprendizagem precisa considerar que tanto os conteúdos como o desenvolvimento das habilidades específicas são perpassados pelo uso da língua nas situações comunicativas, o que requer do educador a sensibilidade em reconhecer os usos da língua nestes contextos e aproximar o educando das atividades de ensino a partir das interações entre o grupo. A proposta do BNCC para a Língua Portuguesa nos anos finais do

Ensino Fundamental ilustra bem este fato (BRASIL, 2018, p. 139): “Os conhecimentos sobre a língua, as demais semioses e a norma-padrão não devem ser tomados como uma lista de conteúdos dissociados das práticas de linguagem, mas como propiciadores de reflexão a respeito do funcionamento da língua no contexto dessas práticas”.
Devemos, portanto, pensar nos objetivos e perspectivas para a educação básica a partir de um

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contexto maior, no qual se situam a vigência do modelo econômico, da orientação política, dos modos de se relacionar socialmente e da produção de cultura para depois situarmos nossa reflexão em contexto local, que será influenciada pelos aspectos globais observados. É certo que os profissionais da educação, pais e alunos esperam a implantação de melhorias, mas faz-se necessário pensar a melhor forma de implementá-las, adequando-se não somente ao fenômeno da explosão tecnológica, como também a outros fenômenos da contemporaneidade, como a globalização, o multiculturalismo e a participação ativa do cidadão nas demandas do seu meio social.

Assista ao filme “A Educação Proibida”, do diretor Germán Doin (2012).
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