Curso Online de Fisioterapia neuropediátrica na Paralisia Cerebral

Apresentar os conceitos, definição, etiologia e prevalência da Paralisia Cerebral;

Como fazer um diagnóstico na Paralisia Cerebral;

Mostrar como pode ser feito os tratamentos fisioterapêuticos nessa doença.

Paralisia cerebral

Os primeiros relatos e estudos publicados sobre paralisia cerebral (PC) datam do século XIX, naquela época conhecida como “doença de Little” por ter sido William Little, um cirurgião ortopédico, o responsável por grande parte do esforço para definir e descrever as manifestações clínicas características do quadro ( a partir de 1843).
No final do mesmo século, William Osler, um médico canadense utilizou pela primeira vez o termo paralisia cerebral (PC) em sua monografia publicada no Reino Unido em 1886, para descrever quadros clínicos semelhantes.

Apesar de não representar um “cérebro paralisado”, o termo se consagrou na literatura e é utilizado até hoje, inclusive pela Organização Mundial da saúde (OMS), por meio da Classificação Internacional de Doenças (CID), e muitos também nomea como Encefalopatia Crônica.

A PC é definida como “um grupo de desordens permanentes do desenvolvimento do movimento e da postura, causando limitações em atividades, que são atribuídas a distúrbios não progressivos que ocorreram no cérebro em desenvolvimento do feto ou do lactente.
Essas desordens podem ser acompanhadas de distúrbios de sensação, percepção, cognição, comunicação e comportamento, além de epilepsia e outros problemas musculoesqueléticos.

Está estimada entre 1,5 a 3 a cada 1000 nascimentos, porém essa incidência pode ser maior em nascidos com baixo peso e/ou prematuros, podendo ser 70 vezes maior quando o peso ao nascer é inferior a 1.500g.

A causa da lesão é desconhecida em parte dos casos de PC, no entanto há fatores que aumentam o risco de lesões encefálicas ocorrerem nos períodos pré, peri, ou pós-natal.
Período pré-concepcional: doença sistêmica materna, uso de drogas e substâncias ílícitas, má nutrição, infecções, desordens do sistema imune, abortos espontâneos, tratamentos de fertilidade, baixa condição socioeconômica,
Período pré-natal: sangramento vaginal, anormalidades da placenta, descolamento prematuro da placenta, gestação múltipla, infecções congênitas, doença sistêmica materna, bradicardia fetal, toxemia, crescimento intrauterino reduzido, ruptura prematura de membrana, hipóxia intrauterina, tecnologia de reprodução assistiva, alterações genéticas.
Período perinatal: nascimento prematuro, hipóxia, síndrome de aspiração de mecônio, indução de parto, parto demorado, uso de fórceps.
Fatores pós-natais: doenças dos sistema respiratório, suporte ventilatório artificial (ex: ventilação mecânica invasiva), meningite, infecções sistêmicas/sepse, hiperbilirrubinemia, hiploglicemia, hipotiroxinemia, hemorragia intracraniana, convulsões.

O diagnóstico da PC é realizado a partir da avaliação das manifestações clínicas e habilidades motoras e da investigação de fatores de risco.
Atualmente exames e instrumentos de avaliação como ressonância magnética, avaliação dos movimentos gerais e o HINE (Hammersmith Infant Neurological Examination), tem possibilitado o diagnóstico acurado nos primeiros 6 meses de idade.
Esses instrumentos possuem forte validade preditiva, e juntamente com o raciocínio clínico tem permitido o diagnóstico cada vez mais precoce.

Os três instrumentos que atualmente apresentam maior validade preditiva para detectar a PC antes dos 5 meses de idade corrigida são:
ressonância magnética neonatal;
HINE;
avaliação dos movimentos gerais(Prechtl QualitativeAssessment of General Movements (GM).
Destaca-se ainda outra avaliação com alto valor preditivo para o disgnóstico de PC: o Infant Motor Profile (IMP)