Curso Online de Geriatria e Gerontologia

O envelhecer é um acontecimento em crescimento significativo no mundo e no Brasil. Com isso, a demanda de cuidado deste público vem aumentando em todos os níveis da atenção à saúde.

Na atualidade, um dos maiores desafios da saúde pública brasileira é o cuidado e a assistência à população idosa. Os avanços na área da saúde e das tecnologias proporcionaram maior expectativa de vida, que é de 75 anos para homens e de 78,8 anos para mulheres. Assim, a atenção à pessoa idosa traz inúmeros desafios para os profissionais da saúde, como cuidado à qualidade de vida das pessoas em processo de envelhecer, principalmente, no que diz respeito à independência, autonomia e bem-estar.

O envelhecimento é um processo fisiológico que atinge todos os seres humanos, mas manifesta-se de maneira diferente para cada indivíduo. De uma maneira geral, a saúde do idoso está estritamente relacionada com a sua funcionalidade global, definida como a capacidade de gerir a própria vida ou cuidar de si mesmo.

O processo de envelhecimento populacional vem mostrando que o Brasil e o mundo estão alcançando cifras recordes, nunca, nem de perto, vistas na história da humanidade, frente à expectativa de vida e à longevidade da pessoa idosa. Como exemplo, pode-se citar que, em 1950, o total da população brasileira era de 54 milhões de habitantes; já em 2020 passou para 213 milhões, devendo alcançar 229 milhões em 2050 e depois irá cair para 181 milhões de habitantes em 2100.

Com o aumento da longevidade, é necessário pensar em intervenções que primem pela qualidade de vida dos idosos, nesse sentido, a autonomia e a independência são primordiais para o envelhecimento. A Organização Mundial de Saúde (OMS) define-se o idoso como indivíduo que tem 60 anos de idade ou mais, e afirma que em 2050 existirão cerca de 2 bilhões de pessoas idosas no mundo.

A população brasileira está mudando sua pirâmide etária ao longo das últimas décadas. A composição da população evidencia uma redução da natalidade e um aumento gradual da população idosa que, entre as décadas de 1980 e 2020, saltou de 6,1%, para 14,3%.

O Brasil possui a quinta maior população idosa do mundo, com cerca de 28 milhões de pessoas com 60 anos ou mais. Atualmente, a proporção de pessoas idosas no país alcançou 13,7% da população geral, ou seja, 27,8 milhões de pessoas. Nesse grupo, o que mais expressivamente cresce são os idosos longevos, que vivem 80 anos ou mais. De acordo com as estimativas, em 2030, o número de brasileiros com 60 anos ou mais ultrapassará o de crianças de 0 a 14 anos de idade.

Envelhecimento saudável pode ser definido como o processo de desenvolvimento e manutenção da capacidade funcional que permite o bem-estar na velhice. Envelhecer de forma favorável é um processo de otimização de oportunidades para a saúde física, social e mental, para que esses indivíduos tenham uma participação ativa na sociedade, sem discriminação e para desfrutar de uma vida independente e com capacidade funcional.

O processo de envelhecimento, associado ao risco aumentado do desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis, desafia os profissionais da área de saúde a desenvolverem estratégias de prevenção, promoção e intervenção na busca de uma velhice bem-sucedida, com melhor qualidade de vida.

Estabelecem-se, assim, os grandes desafios: viver mais com qualidade; demanda crescente por serviços de saúde e medicamentos; envelhecimento com dependência (mais de 20% dos idosos precisam de auxílio); idosos como cuidadores de idosos; necessidade de internação em instituições de longa permanência e capacitação de profissionais para a assistência efetiva a idosos.

É necessário sensibilizar a sociedade para a problemática da educação aos idosos, visto que o reflexo da falta de escolaridade está na dificuldade do idoso de se manter economicamente, tornando-o dependente de familiares e amigos. Essa falta de recursos tira a autonomia e poder de decisão do idoso e o torna mais vulnerável perante a sociedade.