Curso Online de FIBROMIALGIA E ATIVIDADE FÍSICA: EFEITOS DE EXERCÍCIOS SUPERVISIONADOS NA DOR, FUNÇÃO FÍSICA E QUALIDADE DE VIDA

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RESUMO

A FIBROMIALGIA É UMA SÍNDROME CRÔNICA CARACTERIZADA POR DOR MUSCULOESQUELÉTICA DIFUSA, FADIGA PERSISTENTE, DISTÚRBIOS DO SONO E COMPROMETIMENTO COGNITIVO, COMPROMETENDO SIGNIFICATIVAMENTE A QUALIDADE DE VIDA DOS INDIVÍDUOS ACOMETIDOS. SUA FISIOPATOLOGIA ENVOLVE ALTERAÇÕES NA MODULAÇÃO CENTRAL DA DOR, SENSIBILIZAÇÃO CENTRAL E DESEQUILÍBRIOS NEUROENDÓCRINOS, SENDO FREQUENTEMENTE ASSOCIADA A COMORBIDADES FÍSICAS E PSICOLÓGICAS, COMO DEPRESSÃO E ANSIEDADE.

ESTE TRABALHO TEVE COMO OBJETIVO INVESTIGAR OS EFEITOS DA ATIVIDADE FÍSICA SUPERVISIONADA E INDIVIDUALIZADA NA REDUÇÃO DA DOR, MELHORIA DA FUNÇÃO FÍSICA E AUMENTO DA QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES COM FIBROMIALGIA. A METODOLOGIA INCLUIU PROGRAMAS DE EXERCÍCIOS AERÓBICOS, RESISTIDOS E ALONGAMENTOS, ESTRUTURADOS PARA 12 SEMANAS, COM FREQUÊNCIA DE TRÊS VEZES POR SEMANA, ACOMPANHADOS POR PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA. FORAM AVALIADOS PARÂMETROS DE DOR (ESCALA VISUAL ANALÓGICA), FADIGA, QUALIDADE DE VIDA (FIBROMYALGIA IMPACT QUESTIONNAIRE), FUNÇÃO FÍSICA E SAÚDE MENTAL.

ESPERA-SE QUE A INTERVENÇÃO PROPORCIONE REDUÇÃO DA DOR E FADIGA, MELHORA DA FORÇA MUSCULAR, RESISTÊNCIA AERÓBICA, FLEXIBILIDADE E BEM-ESTAR PSICOLÓGICO, PROMOVENDO MAIOR AUTONOMIA E ADESÃO ÀS ATIVIDADES FÍSICAS. OS RESULTADOS CONTRIBUEM PARA A ELABORAÇÃO DE PROTOCOLOS DE EXERCÍCIO BASEADOS EM EVIDÊNCIAS, INTEGRANDO ESTRATÉGIAS FÍSICAS E MULTIDISCIPLINARES NO MANEJO DA FIBROMIALGIA.

PALAVRAS-CHAVE: FIBROMIALGIA; ATIVIDADE FÍSICA; DOR; QUALIDADE DE VIDA; FUNÇÃO FÍSICA.

INTRODUÇÃO SOBRE FIBROMIALGIA

A FIBROMIALGIA (FM) É UMA SÍNDROME CRÔNICA COMPLEXA CARACTERIZADA POR DOR MUSCULOESQUELÉTICA DIFUSA, FADIGA PERSISTENTE, DISTÚRBIOS DO SONO, RIGIDEZ MATINAL E COMPROMETIMENTO COGNITIVO, MUITAS VEZES DESCRITO COMO “FIBRO FOG” (WOLFE ET AL., 2010; ARNOLD ET AL., 2016). CLASSIFICADA COMO UMA DOENÇA REUMATOLÓGICA NÃO INFLAMATÓRIA, A FIBROMIALGIA NÃO APRESENTA ALTERAÇÕES ESTRUTURAIS DETECTÁVEIS EM EXAMES LABORATORIAIS OU DE IMAGEM, O QUE TORNA SEU DIAGNÓSTICO CLÍNICO DESAFIADOR (CLARK ET AL., 2013).

A PREVALÊNCIA GLOBAL DA FM É ESTIMADA ENTRE 2% E 4% DA POPULAÇÃO, COM MAIOR INCIDÊNCIA EM MULHERES, EM PROPORÇÃO DE 7:1 EM RELAÇÃO AOS HOMENS, PREDOMINANTEMENTE NA FAIXA ETÁRIA ENTRE 30 E 60 ANOS (QUEIROZ, 2013; SARZI-PUTTINI ET AL., 2012). EMBORA O QUADRO CLÍNICO SEJA VARIÁVEL, A DOR DIFUSA É O SINTOMA MAIS CARACTERÍSTICO, FREQUENTEMENTE ACOMPANHADA DE HIPERSENSIBILIDADE A ESTÍMULOS DOLOROSOS, FADIGA CRÔNICA, DISTÚRBIOS DE SONO, ALTERAÇÕES DE HUMOR E COMPROMETIMENTO FUNCIONAL (HASSAN ET AL., 2017).

DO PONTO DE VISTA FISIOPATOLÓGICO, A FIBROMIALGIA ENVOLVE DISFUNÇÕES NO PROCESSAMENTO CENTRAL DA DOR, INCLUINDO SENSIBILIZAÇÃO CENTRAL, ALTERAÇÃO NA MODULAÇÃO DESCENDENTE DA DOR E DESEQUILÍBRIOS NEUROENDÓCRINOS E NEUROTRANSMISSORES, COMO SEROTONINA, DOPAMINA E NORADRENALINA (CLARK ET AL., 2013; HENSLER ET AL., 2019). FATORES GENÉTICOS, AMBIENTAIS, HORMONAIS E PSICOLÓGICOS CONTRIBUEM PARA O SURGIMENTO E MANUTENÇÃO DOS SINTOMAS, EVIDENCIANDO A NATUREZA MULTIFATORIAL DA DOENÇA (ARNOLD ET AL., 2016).

A FIBROMIALGIA ESTÁ FREQUENTEMENTE ASSOCIADA A COMORBIDADES PSIQUIÁTRICAS E SOMÁTICAS, COMO DEPRESSÃO, ANSIEDADE, SÍNDROME DO INTESTINO IRRITÁVEL, ENXAQUECA E DISTÚRBIOS DO SONO, RESULTANDO EM SIGNIFICATIVA REDUÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA E IMPACTO SOCIOECONÔMICO DEVIDO À LIMITAÇÃO FUNCIONAL E ABSENTEÍSMO LABORAL (HASSAN ET AL., 2017; HENSLER ET AL., 2019).

O MANEJO CLÍNICO DA FIBROMIALGIA REQUER UMA ABORDAGEM MULTIDISCIPLINAR, COMBINANDO INTERVENÇÕES FARMACOLÓGICAS, FISIOTERAPIA, EXERCÍCIOS AERÓBICOS E RESISTIDOS, EDUCAÇÃO DO PACIENTE E TERAPIAS COGNITIVAS-COMPORTAMENTAIS, COM FOCO NA REDUÇÃO DA DOR, MELHORIA DA FUNÇÃO FÍSICA E BEM-ESTAR PSICOLÓGICO (HENSLER ET AL., 2019). DESTACA-SE A IMPORTÂNCIA DO EXERCÍCIO FÍSICO REGULAR, QUE TEM DEMONSTRADO BENEFÍCIOS SIGNIFICATIVOS NA REDUÇÃO DA DOR, MELHORA DO SONO E AUMENTO DA CAPACIDADE FUNCIONAL, SENDO RECOMENDADO COMO ESTRATÉGIA CENTRAL NO TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO DA FM (BUSCH ET AL., 2013).

EM SÍNTESE, A FIBROMIALGIA REPRESENTA UM DESAFIO CLÍNICO E SOCIAL SIGNIFICATIVO, EXIGINDO PESQUISAS CONTÍNUAS PARA COMPREENSÃO DE SEUS MECANISMOS FISIOPATOLÓGICOS, APRIMORAMENTO DE ESTRATÉGIAS TERAPÊUTICAS E PROMOÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS INDIVÍDUOS ACOMETIDOS.

JUSTIFICATIVA

A FIBROMIALGIA É UMA CONDIÇÃO CRÔNICA DE ALTA PREVALÊNCIA, CARACTERIZADA POR DOR DIFUSA, FADIGA, DISTÚRBIOS DO SONO E COMPROMETIMENTO COGNITIVO, AFETANDO SIGNIFICATIVAMENTE A QUALIDADE DE VIDA E FUNCIONALIDADE DOS INDIVÍDUOS (WOLFE ET AL., 2010; HASSAN ET AL., 2017). APESAR DO AVANÇO NA COMPREENSÃO DE SEUS MECANISMOS FISIOPATOLÓGICOS, O DIAGNÓSTICO CLÍNICO CONTINUA SENDO DESAFIADOR, E MUITOS PACIENTES APRESENTAM ATRASOS NO RECONHECIMENTO DA DOENÇA, ACARRETANDO IMPACTOS EMOCIONAIS, SOCIAIS E ECONÔMICOS (SARZI-PUTTINI ET AL., 2012).

ALÉM DISSO, A FIBROMIALGIA APRESENTA COMORBIDADES FREQUENTES, COMO ANSIEDADE, DEPRESSÃO E SÍNDROME DO INTESTINO IRRITÁVEL, QUE AGRAVAM A LIMITAÇÃO FUNCIONAL E AUMENTAM O CUSTO DO CUIDADO EM SAÚDE (CLARK ET AL., 2013). NESSE CONTEXTO, ESTRATÉGIAS DE MANEJO QUE COMBINAM TRATAMENTOS FARMACOLÓGICOS E NÃO FARMACOLÓGICOS, ESPECIALMENTE A ATIVIDADE FÍSICA, DEMONSTRAM RESULTADOS PROMISSORES NA REDUÇÃO DA DOR, MELHORIA DA FUNÇÃO FÍSICA E AUMENTO DO BEM-ESTAR PSICOLÓGICO (BUSCH ET AL., 2013; HENSLER ET AL., 2019).

Alterações na modulação central da dor e desequilíbrios de neurotransmissores estão envolvidos na fisiopatologia (CLARK et al., 2013; HENSLER et al., 2019).

A ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA É RELEVANTE, POIS A PRESCRIÇÃO DE EXERCÍCIOS SUPERVISIONADOS E INDIVIDUALIZADOS PODE PROMOVER BENEFÍCIOS SIGNIFICATIVOS NA SAÚDE FÍSICA E MENTAL DOS PACIENTES COM FIBROMIALGIA, FAVORECENDO A ADESÃO AO TRATAMENTO E A AUTONOMIA DO INDIVÍDUO. ASSIM, ESTUDAR E COMPREENDER OS EFEITOS DA ATIVIDADE FÍSICA NESSE CONTEXTO CONTRIBUI PARA ELABORAÇÃO DE PROTOCOLOS BASEADOS EM EVIDÊNCIAS, COM IMPACTO DIRETO NA QUALIDADE DE VIDA DOS PACIENTES E NA REDUÇÃO DA SOBRECARGA NO SISTEMA DE SAÚDE.

OBJETIVOS APROFUNDADOS

OBJETIVO GERAL:

INVESTIGAR O PAPEL DA ATIVIDADE FÍSICA SUPERVISIONADA E INDIVIDUALIZADA NA MELHORA DOS SINTOMAS, DA FUNÇÃO FÍSICA E DA QUALIDADE DE VIDA DE INDIVÍDUOS COM FIBROMIALGIA.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

AVALIAR OS EFEITOS DE DIFERENTES MODALIDADES DE EXERCÍCIOS (AERÓBICOS, RESISTIDOS E ALONGAMENTOS) SOBRE DOR, FADIGA E RIGIDEZ MUSCULAR EM PACIENTES COM FIBROMIALGIA.

ANALISAR O IMPACTO DA ATIVIDADE FÍSICA NA FUNÇÃO COGNITIVA E NO BEM-ESTAR PSICOLÓGICO, INCLUINDO ANSIEDADE E DEPRESSÃO.

IDENTIFICAR PROTOCOLOS DE INTERVENÇÃO EFICAZES, SEGUROS E ADAPTÁVEIS À REALIDADE CLÍNICA E SOCIAL DOS INDIVÍDUOS COM FIBROMIALGIA.

INVESTIGAR A ADESÃO A PROGRAMAS DE EXERCÍCIOS E OS FATORES QUE INFLUENCIAM A MANUTENÇÃO DA PRÁTICA FÍSICA A LONGO PRAZO.

CONTRIBUIR PARA A BASE CIENTÍFICA E PRÁTICA PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA, PROMOVENDO ESTRATÉGIAS DE INTERVENÇÃO QUE INTEGREM SAÚDE FÍSICA, MENTAL E FUNCIONALIDADE.

REVISÃO DE LITERATURA
1. EPIDEMIOLOGIA E PERFIL CLÍNICO

A FIBROMIALGIA (FM) É UMA SÍNDROME CRÔNICA CARACTERIZADA POR DOR MUSCULOESQUELÉTICA DIFUSA, FADIGA PERSISTENTE, DISTÚRBIOS DO SONO E COMPROMETIMENTO COGNITIVO (WOLFE ET AL., 2010). AFETA APROXIMADAMENTE 2% A 4% DA POPULAÇÃO MUNDIAL, SENDO MAIS PREVALENTE EM MULHERES NA FAIXA ETÁRIA ENTRE 30 E 60 ANOS (QUEIROZ, 2013; SARZI-PUTTINI ET AL., 2012). O DIAGNÓSTICO CLÍNICO É COMPLEXO, BASEADO EM CRITÉRIOS DA AMERICAN COLLEGE OF RHEUMATOLOGY (ACR), QUE CONSIDERAM DOR DIFUSA EM MÚLTIPLAS REGIÕES DO CORPO E SINTOMAS ASSOCIADOS, COMO FADIGA E ALTERAÇÕES COGNITIVAS (WOLFE ET AL., 2010).

ALÉM DA DOR CRÔNICA, PACIENTES FREQUENTEMENTE APRESENTAM RIGIDEZ MATINAL, DISTÚRBIOS DO SONO, CEFALEIA E SINTOMAS GASTROINTESTINAIS, QUE IMPACTAM DIRETAMENTE NA CAPACIDADE FUNCIONAL E NA QUALIDADE DE VIDA (HASSAN ET AL., 2017). O ATRASO NO DIAGNÓSTICO CONTRIBUI PARA O AGRAVAMENTO DOS SINTOMAS, AUMENTO DA ANSIEDADE E DEPRESSÃO, ALÉM DE DIFICULDADES SOCIAIS E LABORAIS.