Curso Online de Iniciação à Psicanálise

Curso Online de Iniciação à Psicanálise

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O curso de Iniciação à psicanálise tem a finalidade de expor reflexões sobre o aparelho psíquico e o seu funcionamento, bem como algumas considerações sobre o complexo de édipo em Lacan e Freud, e apontamentos sobre a psicanálise, em suas diversas abordagens e a neurociência, texto: luto e melancolia, biografia de Freud e glossário com termos psicanalíticos.

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  • O curso de Iniciação à psicanálise tem a finalidade de expor reflexões sobre o aparelho psíquico e o seu funcionamento, bem como algumas considerações sobre o complexo de édipo em Lacan e Freud, e apontamentos sobre a psicanálise, em suas diversas abordagens e a neurociência, texto: luto e melancolia, biografia de Freud e glossário com termos psicanalíticos.

  • Histeria

    Histeria é um tipo de neurose que se caracteriza predominantemente, pela transformação da ansiedade subjacente para um estado físico. A palavra vem do termo grego “hystéra”, que significa útero. A própria palavra nos revela o caráter feminino da doença, já que era atribuída a uma disfunção uterina.

  • Segundo a psicanálise, é uma expressão corporal inconsciente de conflitos psíquicos e de um sofrimento emocional intenso, como se o próprio corpo fosse um vulcão que deixasse a lava escorrer continuamente, à espera de uma erupção que parece que nunca vai se concretizar.

  • No entanto, a epilepsia normalmente se origina de alterações nos neurônios do cérebro guarda, portanto, uma origem física definida. E, pelo que se sabe até o momento, a histeria não se enraíza em nenhuma causa orgânica. Segundo a psicanálise, é uma expressão corporal inconsciente de conflitos psíquicos e de um sofrimento emocional intenso, como se o próprio corpo fosse um vulcão que deixasse a lava escorrer continuamente, à espera de uma erupção que parece que nunca vai se concretizar. Freud chamou de conversão esse mecanismo por meio do qual conflitos reprimidos e não-expressos verbalmente encontram uma expressão corporal. A conversão não se manifesta apenas como convulsões. Pode se expressar também por meio de sintomas como crises de falta de ar, paralisias, cegueira, surdez, dores de cabeça, gravidez psicológica, dores musculares ou uma incapacidade de ingerir alimentos a que se dá o nome de bolo histérico. Tais sintomas tornam-se, eles próprios, os problemas a serem tratados, enquanto os conflitos que os originaram permanecem escondidos. A conversão é um mecanismo inconsciente de defesa que procura evitar o sofrimento.

  • Na manhã de 21 de novembro de 2001, uma quarta-feira, a neurologista Carmen Lisa Jorge analisou as imagens e o eletroencefalograma de duas crises supostamente epilépticas que Visconde Oliveira havia apresentado na madrugada anterior. “Definitivamente, ele não tem epilepsia”, concluiu. O homem de 47 anos estava havia dois dias em um quarto ao lado, diante de uma câmera que registrava sua imagem sincronizada ao eletroencefalograma. Os 29 eletrodos que permaneceram todo o tempo fixados em sua cabeça acompanhavam a atividade de seu cérebro, mas em momento algum registraram as descargas elétricas que caracterizam a epilepsia. A constatação livrou-o da cirurgia que os médicos do Hospital das Clínicas (HC) de São Paulo cogitavam fazer como forma de aplacar as convulsões que haviam começado 17 anos antes, duravam de meia a uma hora e só terminavam com um desmaio. Por sete vezes ele acordou amarrado a uma cama de unidades de tratamento intensivo, onde permanecia sedado por alguns dias.

  • Três dias mais tarde, Luiz Henrique Martins Castro, o médico responsável pela unidade do HC em que se realizam esses exames, comentou: “Seu Visconde, o que o senhor tem é outro tipo de crise, de origem emocional. Suas crises podem resultar de algum conflito, recente ou não, que nem sempre é consciente. O senhor precisa agora de tratamento psicológico”. Quando Castro disse que ele poderia parar de tomar os remédios contra epilepsia, Oliveira começou a chorar. Saiu de lá chorando, chegou em casa chorando e chorou convulsivamente por mais dois dias.

  • “Eu estava livre, finalmente”, contou Oliveira. Por causa das convulsões, havia perdido o emprego. A medicação em doses crescentes, já que as crises não cediam o fazia dormir quase o tempo todo e deixava-o com medo de sair de casa. Depois de começar o tratamento psicológico, nunca mais sentiu os fortes tremores que o jogavam ao chão e nos últimos tempos haviam se tornado diários. Em janeiro de 2002, a psicanalista Mara Cristina Souza de Lucia, diretora da divisão de psicologia do HC que acompanhou seu tratamento, concluiu que as crises de agitação, os desmaios e mesmo a paralisia do braço esquerdo eram sintomas inequívocos de histeria, um distúrbio de origem psíquica cujos mistérios seduziram o neurologista austríaco Sigmund Freud e o levaram à criação da psicanálise.

  • A histeria, que muitos acreditavam extinta, não morreu. Só estava escondida. No final do século 19, ainda era vista como uma expressão da fragilidade e das carências exclusivamente femininas. Por sinal, a palavra histeria vem do grego hystera, que significa útero, de onde viria o sangue contaminado que, chegando ao cérebro, levaria às convulsões. Nessa época as mulheres com histeria viviam nos mesmos asilos que os epilépticos e os doentes mentais. Tanto nos asilos quanto em público, diante de uma platéia de médicos que se encantavam com o espetáculo, mulheres geralmente jovens e bonitas jogavam-se ao chão, se retorciam e rasgavam as roupas até, exaustas, perderem os sentidos. Supostamente, o isolamento que lhes foi imposto como forma de tratamento deveria ter resolvido o problema.


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